O recado das urnas

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O povo fala, reclama, mas é ouvido, nas eleições ele tem a oportunidade de mudar, e nestas eleições quis dizer que não quer mais governos mentirosos, arrogantes e corruptos.

Analistas interpretam a eleição de João Dória Junior à Prefeitura de São Paulo, já no primeiro turno, com uma séria reflexão do atual sistema político. Demonstra que o povo da maior cidade do país, pela vontade de mudar, resolveu tomar as rédeas do poder e deixou de ouvir aqueles que insistem falar em seu nome. Bem analisado, o resultado paulistano é mais do que a simples e carcomida luta entre esquerda e direita. O eleitor, que nem sempre entende o que é ser de um lado ou do outro, e nem se interessa por isso, preferiu depositar sua esperança em propostas para a solução dos problemas que vive.

A proposta de melhor gerir os recursos públicos para com eles se prestar mais serviços, especialmente na Saúde e na Educação, por certo teve um peso grande na decisão do voto. Da mesma forma, que a promessa de que o novo governo não terá o malfadado loteamento de cargos em troca de votos parlamentares ou de apoio de grupos de pressão.

E isso ocorreu de norte a sul e de leste a oeste, o desejo de mudança foi expressado nos resultados de todo o país. Isso pode significar que em 2018 poderemos ter um presidente eleito que venha sem o carimbo dos grandes partidos, o grande número de votos nulos, brancos e os que não foram votarem fica evidente o descontentamento do povo por este modelo nefasto de apadrinhamento político.

Em Manhuaçu leste de Minas cidade polo, foi eleita Cici Magalhães (PMDB) que fez uma campanha sem muito barulho, sem carreatas, preferiu as caminhadas visitando todos os bairros e distritos ouvindo as pessoas que moram em Manhuaçu e em seu discurso na comemoração emocionada fez um desabafo.

“Há 16 anos, exatamente no dia 02 de outubro, eu estava no hospital sentindo dores no nascimento da minha filha e os nossos adversários soltavam foguetes em cima de mim. Eu passei 16 anos, lutando, amadurecendo e pedindo a Deus que me desse essa oportunidade para mostrar que eu não sou o que ficaram falando de mim nesse tempo. Volto para a prefeitura muito mais madura. Nós não temos direito de errar”. A prefeita eleita reafirmou sua disposição de fazer o melhor para a cidade e disse que quer ouvir o povo. Os novos prefeitos e vereadores terão de ouvir essa potente voz que vem do eleitorado, devem se preparar para responder aos desafios dos novos tempos. Esquecer o nepotismo, amigos e cabos eleitorais – lógico que cada gestor governa com os amigos e apoiadores, mas observando a capacidade de cada um.

Há de se entender que a administração pública carece de eficiência e possui poucos recursos diante das necessidades colocadas à sua frente. O gestor público precisa encontrar meios e formas de atender às demandas, e já está provado que do jeito que se fez nos últimos tempos não é o mais indicado. As práticas que nos levaram à crise têm de ser eliminadas definitivamente.

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