Qual o melhor caminho para o Brasil

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Se tivéssemos uma democracia de verdade no Brasil, as autoridades faria o caminho da vontade popular, que seria novas eleições, mas porque isso não ocorreu? Por tudo que já foi divulgado, pelos políticos presos, pelos resultados até agora da Lava Jato, e pelo alta desconfiança dos congressistas e do judiciário, dizem que sobram poucos, e um STF que não se mexe, aí não restou outra alternativa a não ser afastar a Dilma e entrar o presidente interino Temer foi o jeitinho brasileiro que arrumaram para tentar, ou pelo menos salvar o que puder. Como disseram alguns implicados que fizeram delação, no congresso os parlamentares livres de corrupções são de 1% ou pouco mais.

Dentro da visão dos caciques políticos uma eleição agora varreria praticamente todos os líderes que almejam a presidência da República e com certeza centenas de deputados e senadores não conseguiriam se reelegerem.

Há provas suficientes para a cassação da chapa de Dilma e Temer, mas os acordos preferiram outro caminho, pois se ocorressem estariam fora os partidos PT, PMDB, PP e PSDB. Se pelo menos um dos três poderes, não tivesse envolvimentos poderia assumir a responsabilidade de convocar uma intervenção militar constitucional e novas eleições gerais.

Ficariam de fora a maioria dos deputados e senadores envolvidos em corrupção, todos os governadores, muitos ex-ministros. A Lava Jato continuaria bem mais forte e o Brasil se livraria da maioria dos envolvidos em corrupção que estão nos poderes. Só não sei como ficaria o judiciário que tem também seus corruptos o STF que deveria assombrar os políticos, mas ao contrário, todos querem o fórum privilegiado que peca pela lentidão e omissão de alguns ministros.

O presidente Michel Temer não tem apoio popular, mas é o que o país conta neste momento e poderia fazer muita coisa diferente do que fez e está fazendo, pode estar perdendo uma oportunidade histórica de enriquecer seu currículo político e encerrar sua longa carreira de homem público com aplausos do povo brasileiro. Ele foi chamado em um momento crítico da situação do país, que lhe coube constitucionalmente a assumir e pelo tempo curto, a tarefa é árdua, mas pode ser consagradora pela maneira que for conduzida.

Neste início de interinidade, que pode se tornar definitiva, percebesse alguns equívocos capazes de atrapalhar o final da vida pública de Temer e impedi-lo de deixar seu nome consolidado na história republicana do Brasil.

Passa na cabeça de muitos o tempo de convivência do PMDB com o PT, e tudo que foi dividido e discutido, queira ou não, a cumplicidade é bastante, mas não levando isso em conta Temer deve ter plena consciência do que é preciso ser feito e da grande responsabilidade que neste momento o povo deposita em suas mãos para fazê-lo. Ele precisa urgentemente dar passos que sinalizam a vontade de mudar e de melhorar o país para adquirir credibilidade e conseguir o apoio necessários para implantar os projetos e programas, especialmente quanto às reformas que o país reclama. O presidente interino precisa passar confiança e esperança na recuperação do país.

Com a queda de dois ministros em pouco dias e cedendo às pressões do Congresso e de partidos na formação do gabinete ministerial, nomeando ministros e assessores com passado pouco ético, alguns citados na Lava Jato e outros envolvidos e até denunciados por irregularidades na gestão pública e em investigações sobre corrupção.

Algumas ações como o aumento do funcionalismo e a criação de mais de 14 mil cargos públicos em um momento de crise, fica difícil para o povo entender se realmente este governo quer consertar o país. A Lava Jato é hoje um modelo e patrimônio do povo e está dando o melhor exemplo que todos são iguais perante a Lei, não adianta só falar do apoio da Lava jato, porém ao engajar no governo políticos envolvidos ou investigados por essa mesma operação passa a impressão de que o discurso não é consistente. Esses assessores podem colocar Temer em situação constrangedora e ter de ficar se justificando.

Prova disso foi o episódio com o ministro Romero Jucá em suposta articulação para enfraquecer a Operação Lava Jato, o recuo na transformação do Ministério da Cultura e poucos dias depois a exoneração de Fabiano Silveira do cargo de ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, estes fatos comprometem seriamente a credibilidade do governo, mesmo que proveniente de armadilha preparada por alguém de pouca ou nula credibilidade.

Entendo que Michel Temer precisa adotar as medidas, ainda que amargas, discutir os projetos com transparência, cultivar o diálogo mas ser inflexível nos pontos mais sensíveis para a sociedade. Contar com apoio popular é ponto decisivo e a população tende a apoiar a partir da percepção de firmeza, de ética e de efetivas mudanças.

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