A cruz de Cristo

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“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. De nada vale ser circuncidado ou não. O que importa é ser uma nova criação.” (Gálatas 6.14-15)

Quanto mais organizamos nossa vida religiosa e formalizamos nossa fé, criando símbolos para a nossa espiritualidade, mais corremos o risco de abrir mão da humildade cristã pelo orgulho religioso. Na religião, as vezes acontece como na sociedade: há símbolos de grandeza e indicadores de superioridade. Por exemplo: conhecimento bíblico, cargos e funções na igreja, dons especiais, encaixar-se nos padrões, etc. Na carta aos cristãos da Galacia Paulo criticou os que tentavam impressionar e declarou sua escolha: gloriar-se na cruz de Cristo.

Paulo não se sentia seguro porque era bom o bastante, porque não pecava como os outros, porque acertava mais do que errava ou por saber mais do que os outros, podendo inclusive ensinar. Paulo se sentia seguro por causa da cruz de Cristo. Nela o seu Mestre havia quitado a dívida gerada por seus pecados. Na cruz foi gerado o perdão para seus pecados e lhe foi dado um lugar no Reino de Deus. Mais de uma vez Paulo declarou a supremacia de Cristo em sua vida. O mesmo disse João Batista: “É necessário que Ele (Cristo) cresça e eu diminua” (Jo 3.30). É em Cristo, e não nos subterfúgios geradores de aparências da religião, que Paulo experimentou a transformação que o fez uma nova pessoa. Por isso estava na cruz de Cristo a sua glória, a sua confiança.

A cruz de Cristo nos leva à morte e nos dá vida. Nela é condenada nossa humanidade intratável e escravizada pelo pecado, e dela nasce nossa nova humanidade, vocacionada a ser livre e a amar. Amar a Deus e ao próximo. Uma nova humanidade que precisa crescer e estabelecer-se em nós, superando a velha. Uma humanidade precavida contra o egoísmo e sedenta de altruísmo, que anseia a humildade e lamenta o orgulho que resiste à morte. Como Paulo, precisamos escolher definitivamente a glória da cruz de Jesus. E, por causa dela, a cada dia, ser uma nova pessoa. Uma pessoa mais capaz para servir, amar, perdoar e ser humilde. Que não se vangloria e muito menos julga ou rejeita, seja lá quem for. Quando a cruz de Cristo é nossa glória, a vida de Cristo torna-se nossa história. E o amor vence o medo.

Igreja Batista da Praia do Canto www.ibpc.org.br

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