Por que Deus escolheu nos amar? A melhor resposta é: não sabemos. Mas uma coisa podemos saber com toda certeza: não foi por causa de nossos merecimentos. Nada merecíamos, nada merecemos. Nada fizemos que nos tenha tornado amáveis ante os olhos de Deus. Ele quis que esta verdade ficasse clara para Israel: “O Senhor não se afeiçoou a vocês nem os escolheu por serem mais numerosos do que os outros povos, pois vocês eram o menor de todos os povos. Mas foi porque o Senhor os amou e por causa do juramento que fez aos seus antepassados. Por isso ele os tirou com mão poderosa e os redimiu da terra da escravidão, do poder do faraó, rei do Egito” (Dt 7.7,8 – NTLH).
O evangelista E. J. Daniels tem uma boa ilustração para esta verdade:
Suponhamos, diz ele, que minha esposa e eu decidamos adotar uma criança. Vamos então ao orfanato para escolher uma criança. Em lá chegando, uma menininha loirinha, de cabelos cor de ouro, vem ao nosso encontro, toma as nossas mãos e sorri pra nós, dizendo: “Quero que vocês sejam meu pai e minha mãe. Se vocês me adotarem, eu vou amar vocês e vou ser obediente a vocês”. Não seria difícil adotar uma criança assim, seria?
Suponhamos, porém, que a situação tenha sido um pouco diferente: assim que estacionamos, um menino feio, sujo e maltrapilho tenha vindo ao nosso encontro. Veio mascando chiclete de modo escandaloso e atrevido; chega até a cuspir na gente. Aí ele se abaixa, apanha um pouco de areia do chão e lança em nosso rosto, chuta a gente e nos xinga com os piores palavrões.
Você consegue imaginar-nos dirigindo-nos ao diretor da instituição para dizer a ele que nos apaixonamos por aquele moleque e que desejamos adotá-lo?
Todos éramos um menino feio, mascando chiclete, cuspindo e jogando areia, pecadores de boca suja na presença de Deus. E, no entanto, mesmo assim Ele nos ama com um amor que nem conseguimos entender. “Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).
Pr. João Soares da Fonseca