Se você for algum dia a Florença, na Itália, não deixe de visitar a Galleria dell’Accademia. Você irá ver uma das maiores obras de arte de todos os tempos. A estátua de “Davi” é considerada a mais representativa da Renascença italiana. Mas a história por trás dessa estátua esconde uma lição também impressionante.
Em 1460, um escultor, chamado Agostino di Duccio, tentou fazer algo com um grande bloco de mármore. Mas cometera alguns erros, danificando de vez. Por causa disso, o bloco foi abandonado no pátio da catedral de Florença. Lá ficou durante 40 anos, exposto ao sol e à chuva. De tão grande que era passou a ser chamado Il Gigante (O Gigante). Muitas pessoas passavam e olhavam aquele monstruoso bloco abandonado, com o mato tomando conta.
Alguns artistas foram chamados a dar uma olhada para saber se poderiam tentar recuperá-lo. Olhavam, olhavam e concluíam respondendo sem ânimo: “Não. O bloco foi estragado completamente pelo primeiro escultor. Jamais poderá ser recuperado”.
Até que no ano 1501, um jovem escultor apareceu, examinou o bloco abandonado e disse: “Eu gostaria de fazer uma tentativa”. Assim, em sua mente, começou a conceber algo que pudesse fazer para aproveitar aquele material. Cuidadosa e criteriosamente estudou as linhas defeituosas do mármore, onde o outro homem havia errado. Trabalhou pacientemente nisso por três anos. Quando terminou, a estátua tinha 5 metros, pesando 9 toneladas. O jovem artista se chamava Michelangelo Buonarroti, e à estátua ele deu o nome de Davi.
O pecado estraga a nossa vida. E às vezes o faz de modo tão intenso que pensamos não haver mais possibilidade de nos recuperarmos espiritualmente. Achamos que Deus nunca mais poderá usar-nos. Mas o supremo artista que Ele é nos surpreenderá sempre com sua criatividade restauradora.
Pr. João Soares da Fonseca – [email protected]