O Pai Nosso (7) – E perdoa-nos as nossas dívidas…

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Dívidas, dívidas, “melhor não tê-las”, parodiando o poeta. Mas quem é que consegue se livrar totalmente delas? Alguns de nós não as têm no terreno financeiro por ter nascido em berço, senão de ouro, pelo menos cercado do que é básico. Outros, pela prática de uma disciplina rígida, evitam dívidas, preferindo ficar sem as coisas. Mas se não as temos na área do dinheiro, nós as temos noutras áreas igualmente importantes da vida. Como as que Jesus mencionou quando nos ensinou a orar assim: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12).

Que dívidas são essas? Certamente são as dívidas morais, as faltas cometidas, as omissões praticadas, as falhas de comportamento, as opções erradas que fizemos e que, além de machucar alguém, feriram também a face de Deus. Essas dívidas são os nossos pecados.

Observe bem o tratamento que Jesus dá ao assunto. Jesus não nos manda fingir que está tudo certo. Jesus não nos autoriza a negar a existência das nossas dívidas. Elas existem. Somos pecadores. Somos devedores. É uma triste constatação. Mas ao lado dessa triste constatação, Jesus também nos oferece a saída dessa crise. Aliás é a única saída. Ele manda que peçamos perdão ao Pai nosso. Carlos Drummond de Andrade disse certa vez que “perdoar é rito de pais”. O Pai nosso nisso também é expert.

Como resultado de termos recebido de Deus o perdão, nós também perdoaremos aos outros as falhas que os outros cometeram contra nós. Certa vez, um crente disse a João Wesley: “Eu não perdoo a ninguém”. Wesley respondeu no mesmo instante: “Então você também nunca erra, não é mesmo?” Noutras palavras, se você é infalível, então seja inflexível. Não sendo nós perfeitos, não podemos esperar que os outros o sejam. Tratemos os outros como Deus nos trata! E aprendamos com o Pai Nosso a difícil lição de perdoar!

Pr. João Soares da Fonseca

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