O que o avivamento não é

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Antes de falar o que é de fato, um verdadeiro avivamento, precisamos nos conscientizar daquilo que parece ser um avivamento, mas não é. Vivemos em uma época de confusão religiosa, onde o falso e o verdadeiro são quase imperceptíveis. Diante disso, precisamos ter cautela e discernimento espiritual e humildade para acatar as orientações bíblicas como exposto a seguir: ”Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (I Jo. 4.1)

1 – Não é mudança doutrinária e/ou vazio doutrinário

Ele se fundamenta na doutrina bíblica essencial da fé cristã. Tem sobre si a autêntica tradição da fé cristã, cuja origem vem desde os tempos apostólicos e segue até hoje, sempre em conformidade com a verdade bíblica interpretada em sua totalidade à luz de Cristo e inspiração do Espírito Santo. Como na comunidade apostólica, o avivamento aplica-se à sã doutrina.

Isso significa que apenas as Escrituras, que são os registros escritos da autorrevelação de Deus aos homens, possuem autoridade suficiente para guiar o indivíduo na sua crença e no seu comportamento. O verdadeiro avivamento não lança as igrejas no vazio doutrinário, mas as traz de volta para a doutrina cristalina, fundamentada nas Sagradas Letras. Portanto, o ponto de partida de um verdadeiro avivamento bíblico é o foco na Bíblia.

A igreja não pode viver agitada e levada por todos os ventos de doutrinas!

“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Ef. 4:13, 14);

“Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues” (Rm. 6: 17)

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviaivos deles” (Rm. 16: 17).

Em Apocalipse 22: 18 e 19 Deus adverte a todos os leitores da Bíblia que não se deve subtrair nem adicionar nada ao que está escrito. E duas formas, pelo menos, de se acrescentar algo ao que já está escrito são o acréscimo dos livros deuterocanônicos (livros não inspirados acrescentados à Bíblia pelos católicos no ano de 1546) e as outras formas extrabíblicas de revelações, por exemplo, “Deus me revelou”; “Deus me falou”.  Se Deus continua revelando, significa que a Bíblia não está completa; e aqueles que dizem receber tais revelações, deveriam registrá-las na Bíblia; pois foi assim que os escritores bíblicos fizeram.

Por trás de uma falsa revelação (extrabíblica) está uma falsa doutrina, ou seja, uma heresia.

2 – Não é mudança de liturgia – O avivamento produz alegria, gozo e exaltação ao Senhor, levando-nos sempre e, em todas as circunstâncias, a dar graças e glória a Deus, pois em tudo Cristo nos fortalece e nos guia à vitória. Contudo não significa colocar a Igreja em movimento, fazer um grande barulho, um louvor estridente, aplaudir a Jesus, gritar exageradamente, subir nos bancos da igreja; em outras palavras, fazer uma grande desordem dentro do templo, sendo que a Bíblia nos recomenda fazer “… tudo decentemente e com ordem e tirar dentre nós toda a gritaria” (Cor. 14: 40; Ef. 4: 31).

Louvai ao Senhor, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque é agradável; decoroso é o louvor (Sl. 147: 1).

A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.  E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3.16, 17).

Esse louvor não menospreza o lugar, da autoridade e o supremo valor da Palavra divina.

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (He 4.12).

Tem gente que acha que avivamento é desprezo pelo histórico. Que uma igreja avivada não canta os hinos de “Cantor Cristão”, por exemplo, porque isto é coisa do passado. Pura tolice.

Continua na próxima edição

Pr. Helio Cordeiro Volotão

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