Tradição e Tradições

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Quando uma certa atriz “global” se casou, o jornal noticiou: “E para manter a tradição, a noiva chegou com atraso de quase duas horas”.

O apóstolo Paulo também falou de tradições: “Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas…” (2Ts 2.15).

Afinal, tradição é coisa boa ou ruim? A resposta sóbria e sábia é a óbvia: depende. Se a tradição é benéfica, útil, acrescenta, e põe em realce a glória de Deus, então que seja mantida! Duas vezes em Provérbios se lê: “Não removas os limites antigos” (Pv 22.28 e 23.10). O primeiro destes versos é até mais específico: “Não removas os limites antigos que teus pais fixaram”. A conservação de certas tradições são essenciais para a sobrevivência de uma família, de um grupo, de um povo. Ou seja, há tradições nobres, e há tradições pobres.

Uma noiva chegar com um atraso de duas horas não é tradição: é falta de respeito com os convidados. Há muitos anos, fui realizar, num sábado, uma cerimônia de casamento anunciada para as 18h. Tomei o trem em Madureira, fui até Campo Grande, saltei, tomei um ônibus e viajei mais algum tempo. Saltei e caminhei mais meia hora. Quando cheguei ao templo, eram 17h50. Perguntei se era ali mesmo que seria realizado o casamento. “Sim!”, disseram uns homens que, de bermuda, sobre uma escada, trocavam uma lâmpada na fachada do templo. “Mas não foi anunciado para as 18h?”, perguntei. Os homens riram e disseram: “Ha-ha-ha, nós somos os padrinhos!!!”. Resumindo: a noiva chegou às 20h20. Claro que encurtei ao máximo a cerimônia. No fim, os noivos ainda me dizem: “Mas o irmão não vai chegar até a recepção com a gente?” Não cheguei. Se eles não respeitam o meu horário, não precisam de mim para bolo nenhum. E fiz todo o percurso de volta. Cansado e faminto, cheguei tarde em casa. O dia seguinte era domingo, meu dia mais cheio. Tradição destas a gente está dispensando!!!

Pr. João Soares da Fonseca – [email protected]

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