A lei do livro e as bibliotecas

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Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Luiz Carlos Amorim

Lendo, há algum tempo, notícia sobre a Lei do Livro, lembrei-me da necessidade de as bibliotecas municipais e escolares terem, em seus acervos, os clássicos da literatura brasileira e portuguesa e também as obras de autores contemporâneos. É de importância vital que as bibliotecas das escolas tenham clássicos como as obras de José de Alencar, Machado de Assis, Joaquim Manoel de Macedo, Bernardo Guimarães, Aluísio de Azevedo, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e outros autores representativos, pois do contrário, os pais de alunos de primeiro e segundo grau vão continuar tendo que comprar esses livros, além de títulos de autores atuais, no enxoval de seus filhos, todo ano. E sabemos que é pesado, muito pesado para a maioria dos pais que têm filhos na escola pública, comprar diversos obras que são pedidas a cada ano, para as aulas de língua e literatura, além dos livros didáticos, todo o material escolar, uniforme, etc.

Muitas escolas e muitas cidades, pelo Brasil afora, nem sequer têm biblioteca. Muitas bibliotecas existentes em algumas escolas e em algumas pequenas cidades do interior (e nas grandes, também!), têm um acervo de livros antigos, dificilmente atualizado, por falta de recursos, por falta de repasse de verba para isso. Moro numa capital e vejo isso há um bom tempo: é frustrante procurar um lançamento, um título novo na biblioteca municipal ou estadual, pois não é muito provável que o encontremos.

Nas escolas, o professor pede um livro que a biblioteca da escola não tem e o aluno vai procurar na biblioteca municipal, se ela existir, e pode não encontrá-lo lá, também, tendo que comprá-lo. Muitas bibliotecas escolares e municipais, aumentam seus acervos com doações. Eu mesmo já doei muitos livros para iniciar ou ampliar algumas bibliotecas de escolas do interior, pois quando a gente muda de uma casa para apartamento, acaba não tendo espaço para guardar todos os livros.

Há alguns anos, o MEC distribuiu livros para os alunos da quarta e quinta séries do primeiro grau das escolas públicas – cinco títulos de clássicos para cada aluno – e trinta para as escolas começarem uma biblioteca ou ampliar onde já existia uma. Isso deveria ter dado um impulso na criação de novas bibliotecas em escolas de todo o país, o que na verdade não aconteceu. Com a nova Lei do Livro, uma política nacional do livro que determina que “a União, os estados e os municípios passem a destinar verbas anuais para construir novas e manter as atuais bibliotecas públicas do país” teria vindo em muito boa hora, para que nenhuma cidade fique sem um lugar apropriado onde localizar os clássicos e também novos lançamentos do mercado. E para que pais não tenham que comprar livros que não podem pagar e os filhos não acabem lendo apenas resumos das obras.

Infelizmente, como tantas outras leis, essa também não está sendo cumprida à risca

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