Manoel da Costa Ataíde

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A história do “senhor das policromias”, o maior pintor do barroco

Considerado o maior pintor brasileiro do período colonial, Manoel da Costa Ataíde nasceu em 1762 na cidade de Mariana – primeira vila, cidade e capital de Minas. Em meio a uma vida difícil, criou uma obra magistral que se espalhou pelo Estado.

A vasta produção de Ataíde, que compreende forros, pinturas de altares de igrejas e encarnações de imagens, se destacou perante o público durante o período barroco. Ele deixou a sua marca inconfundível em pelo menos 15 igrejas de diversas cidades mineiras.

Com imagens marcadas pelo azul celestial e o vermelho caloroso, o artista projetou o teto de importantes templos do século 18, ligando a religiosidade cristã à representação artística da fé. O senhor das policromias, em parceira com Aleijadinho, foi o responsável pela pintura e douramento do forro, retábulos e laterais da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto e de diversos outros templos mineiros.

Uma das características da sua expressão artística era o emprego de cores vivas, principalmente o azul, sua preferida. Em seus desenhos, os anjos, as madonas e os santos apresentam traços de povos africanos.

Assim como seus contemporâneos, Ataíde inspirou-se em estampas e gravuras de missais e com imaginação soube enriquecer seus modelos, usando recursos oferecidos pelo barroco: colunas, frontões, volutas, conchas, vasos e flores.

O mestre do barroco mineiro deu preferência à policromia e às cores puras, com domínio técnico surpreendente em relação ao meio em que viveu. Suas pinturas distinguem-se pelo refinamento e pureza das cores e pelo espírito inventivo. Seu primeiro trabalho conhecido é a encarnação de duas imagens de Cristo para o santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (1781).

Consagrado na época, recebeu atestado de “professor das artes da arquitetura e da pintura” em 1821, ano em que requereu a criação de uma escola de belas-artes, em Mariana. Sua última obra conhecida é a “Ceia”, do salão nobre do antigo Colégio do Caraça, resgatada do incêndio que destruiu o local em 1968.

Falecido em 2 de fevereiro de 1830, Ataíde teve seu corpo sepultado dentro da igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em sua terra natal, deixando um legado grandioso para a humanidade.

ASSESSORIA DE IMPRENSA
Assessoria de Comunicação Institucional da UFOP
Rondon Marques e Christiane Lopes | (31) 3559-1223/1222

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