População rural atingida com o fechamento das escolas protesta em frente à prefeitura

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DSC_0036Chu Arroyo/JM1

Uma manifestação realizada nesta quarta-feira (29) reuniu 300 pessoas dos distritos e demais  áreas rurais. De acordo com o sargento Hott da Polícia Militar, havia, em média, 150 pessoas.  Elas protestavam contra a nucleação das escolas e o fechamento das escolas multisseriadas.  De acordo com a Secretaria de Municipal de Educação, “16 escolas serão nucleadas para uma escola mais próxima de sua localidade”, atingindo 250 alunos.

A nucleação consiste em agrupar várias escolas, antes isoladas nas propriedades rurais, em um núcleo central, onde seria possível fornecer recursos humanos e materiais mais adequados ao ensino-aprendizagem. Mas por falta de diálogo entre a Secretaria Municipal de Ensino ou governo Heringer, para o povo da roça entende-se fechamento das escolas.

Os manifestantes saíram do Trevo dos Trabalhadores, por volta das 9h, e caminharam até o Paço Municipal, onde, gritando palavras de ordens, esperavam serem recebidos pelo prefeito Nailton Heringer ou por seu governo.

Ao saberem que o prefeito se encontrava na “Praia de Ipanema, Rio de Janeiro, de férias”, como afirmou o secretário de Obras, Eduardo Heringer, o coro dos descontentes aumentou, inclusive contra o próprio irmão do prefeito.

Questionado pela reportagem do Jornal das Montanhas quem responderia na ausência do prefeito, o secretário de Obras disse que “todos os secretários estão dispostos a conversarem com toda liderança da manifestação, com representante de cada comunidade para poder resolver o problema, ou pelo menos explicar e chegarmos num consenso”.  Heringer, o Eduardo, afirmou que a secretária municipal de Educação estava dentro da prefeitura e iria receber uma comissão do movimento.

Segundo o irmão do prefeito, “existiram várias reuniões com os pais e toda parte administrativa, e toda estrutura foi montada”.  Os pais de alunos e outros protestantes também reclamavam que “não sabiam de nada, que não foram avisados”.

A Assessoria de Comunicação Social afirmou por escrito que reuniões foram “promovidas com as coordenadoras das escolas afetadas e também com os pais de alunos que vão ser transferidos”.  Os protestantes afirmaram “que é mentira, que não houve reunião nenhuma até o momento”.

Foi formada uma comissão na hora e, por volta das 11h, começou “a primeira reunião”, segundo os escolhidos da assessoria do prefeito. Aliás, a mesma assessoria queria começar a reunião sem a imprensa, que só entraria mais tarde. A atitude antidemocrática, com resquícios da ditadura, foi veemente recusada pelos jornalistas.

Depois de 50 minutos e muita conversa, o projeto de nucleação de escolas de ensino fundamental foi recusado por todos da comissão, formada por pais de alunos, algumas professoras e vereadores. Ficou acertada outra reunião, às pressas.

Do lado de fora do Paço Municipal, os manifestantes arrumaram uma caixa de som e começaram a discursar. Nesse ínterim, outra comissão, diferente da primeira, foi chamada para uma nova rodada de discussão. Por volta das 14h45 terminou a reunião e novamente ninguém aceitou. Mesmo assim, os servidores da prefeitura envolvidos no projeto ficaram preparando a nucleação para ser apresentada aos interessados. Os protestantes não gostaram e já adiantaram que não vão mandar seus filhos para as escolas.

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