Projeto Universitário Cidadão ajuda a combater pobreza

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Para estudantes, projeto acrescenta experiência de vida

Foram encerradas, nessa quinta-feira (28), as atividades da primeira edição do Projeto Universitário Cidadão, implantado em 12 municípios do Norte e Nordeste de Minas, com o objetivo de envolver as instituições de ensino superior e seus alunos no trabalho de enfrentamento à pobreza nas cidades com baixo IDH. O projeto, que teve início no dia 14 de julho, contemplou as cidades de Pedras de Maria da Cruz, Virgem da Lapa, Bonito de Minas, Montezuma, Itaipé, Mamonas, Nova Belém, Palmópolis, Rubelita, Santo Antônio do Jacinto, São João do Manteninha e Setubinha.

Criado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan), o projeto criou oportunidades para que os estudantes vivenciassem o dia a dia das comunidades. O programa teve participação de 210 jovens e 30 professores, vinculados a 13 instituições de ensino superior das regiões.

“Na bagagem de volta às aulas, os estudantes levam acervo de grande valor, que não pode ser adquirido apenas nas salas de aula das faculdades e universidades. São vivências relacionadas às futuras profissões que decidiram seguir. O projeto oferece a oportunidade fundamental de aliar a teoria à prática, em situações reais nas cidades marcadas por contrastes sociais. Sem contar as experiências de vida que certamente funcionam como lições de cidadania”, avaliou o secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira. Ele esteve presente nas solenidades de encerramento de Pedras de Maria da Cruz e Virgem da Lapa.

O estudante Sillas Barbosa, do curso de Biomedicina da Faculdade de Saúde Ibituruna, de Montes Claros, que atuou em Virgem da Lapa, conta que foram montadas tendas de saúde em vários pontos da cidade para atender à população. “Houve dosagem de glicose, aferição de pressão e de Índice de Massa Corporal, tudo para orientar as pessoas na busca por melhores condições de saúde. Já as palestras abordaram temas como diabetes e hipertensão, tabagismo e parasitoses. Tivemos assim a oportunidade de compartilhar nosso conhecimento, para proporcionar noções de prevenção a várias doenças”, explicou Barbosa.

“Aplicamos nossos conhecimentos aprendidos em sala de aula, na prática, no cotidiano, com pessoas de verdade. E não apenas ensinamos, mas aprendemos muito com a população. Aprendemos o valor do trabalho, o valor de um sorriso, valores ensinados por um povo que nos acolheu de braços abertos e com muita alegria”, completou o estudante, que representou seus colegas de curso durante o evento.

Sillas também destacou a importância do projeto para a trajetória de vida. “Hoje terminamos essa fase com a certeza de que o projeto não termina, pois segue na vida de cada um dos acadêmicos, dos professores e da população. Todos irão levar essa experiência para suas famílias e amigos. Com orgulho digo que somos agora mais cidadãos, mais alegres e mais brasileiros”.

Troca de experiências

Laércio Rocha, 19 anos, estudante do 4º período de Engenharia Química da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros, atuou na cidade de Pedras de Maria da Cruz. Ele e os colegas ensinaram a comunidade a produzir um amaciante com produtos baratos e de fácil acesso. Em troca, aprenderam a fazer sabão utilizando processos antigos. “Foi muito interessante. Além disso, a afetividade das pessoas e o calor humano fazem dessa, uma experiência única”, afirmou.

 

Agência Minas

1 COMENTÁRIO

  1. Carta de Adesão à Plataforma

    Montanhas,Vales,Vida e Cidadania

    Pelo Desenvolvimento Sustentável em Tempos de Mudanças Climáticas

    1. A Plataforma Montanhas, Vales, Vida e Cidadania, criada pelos cidadãos e entidades abaixo-assinados, alerta a sociedade brasileira para a importância das Montanhas e dos Vales, urbanos, rurais e florestais, quanto ao seu espaço, territorialidade e quanto a suas populações locais e aquelas a jusante, sob o ponto de vista estratégico, global, econômico e socioambiental na perspectiva das mudanças climáticas;

    2. As Áreas de Preservação Permanente – APPs são aquelas áreas protegidas nos termos dos arts. 2º e 3º do Código Florestal (Lei Federal nº 4.771/1965). O conceito legal de APP relaciona tais áreas, independente da cobertura vegetal, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

    3. O meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; (Lei Federal nº 6.938 (21/08/1981);

    4. A Constituição da República Federativa do Brasil (5/10/1988) assevera, em seu artigo 225, que o meio ambiente saudável e equilibrado é um direito da coletividade, e , todos – Poder Público e sociedade – têm o dever de defendê-lo para seu próprio usufruto e para as futuras gerações;

    5. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992), realizada no Rio de Janeiro resguardou no Capítulo XIII da Agenda XXI, os Ecossistemas Frágeis DE montanhas, por serem fontes importantes de água, energia e diversidade biológica. Além disso, fornecem recursos fundamentais — como minérios, produtos florestais e produtos agrícolas — e são fonte de lazer. Enquanto importante ecossistema que representa a ecologia complexa e inter-relacionada de nosso planeta, os ambientes montanhosos são essenciais para a sobrevivência do ecossistema mundial. No entanto os ecossistemas das montanhas estão passando por uma rápida mutação. Eles são vulneráveis à erosão acelerada do solo, deslizamentos de terras e à rápida perda da diversidade genética e de habitat;

    6. A Rio +20 , é uma excelente oportunidade, para agora avaliarmos o status paulista e o brasileiro sobre a degradação ambiental dos topos de morro, das encostas e dos vales, as ações realizadas em prol do desenvolvimento sustentável das montanhas, os desafios, as oportunidades e as medidas necessárias para avançarmos no futuro;

    7. Em tempos de mudanças climáticas, é imprescindível que todas ações de desenvolvimento, dentre elas a infra-estrutura para a mobilidade transmontana, sejam acauteladas com base nos princípios da precaução e da prevenção, visto que os desastres naturais registrados ao longo de 2010 mataram mais de 296,8 mil pessoas no mundo;

    8. Urge incorporar à concepção de sustentabilidade, o conceito sobrevivência considerando-se que em apenas um ano foi mais que quadruplicado o número de vítimas médio, desde 1980 (66.000 mortos) e custaram cerca de US$ 130 bilhões. 950 catástrofes naturais foram contabilizados em 2010, cifra muito superior à média de 615 dos últimos 30 anos. Em 2011 no Brasil, reincidem potencializadas, as tragédias das regiões serranas .

    9. Vai triplicar, nos próximos 60 anos as tempestades na cidade de São Paulo e na do Rio de Janeiro, nas cidades litorâneas e ao longo da Serra do Mar, conforme, estudo científico realizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em parceria com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço). A previsão é baseada no aumento da temperatura das águas do oceano Atlântico nos últimos 60 anos, que foi de 0,6º C.;

    10. A Plataforma Montanhas, Vales, Vida e Cidadanias convoca a todos a juntarem forças e contribuírem com a apresentação de propostas e a promoção do debate com vistas: à manutenção da legislação ambiental existente, à ponderação do verdadeiro interesse público, sob o prisma de médio e de longo prazo, quanto aos empreendimentos públicos e privados, à análise de todas alternativas, e independentemente dos custos imediatos, à previsão de optar-se por maior segurança da população, pela alternativa menos desastrosa, à adoção do melhor saber científico e tecnológico, a garantir o máximo das múltiplas funções públicas dos recursos naturais;

    11. A Plataforma Montanhas, Vales, Vida e Cidadania ratifica a aspiração da população por um Brasil com mais saúde, menos injustiça, no qual a qualidade de vida de todos seja um critério levado em conta. Um Brasil no qual os mais pobres não sejam relegados a lugares destruídos, perigosos e insalubres. No qual a natureza seja respeitada para que continue sendo a nossa principal fonte de vida e não a mensageira de nossas doenças e das catástrofes, (CBDFDS, 2011).

    São Paulo, 10 de Setembro de 2011

    Nome
    RG-
    Entidade?
    Estado
    Cite o nome de uma montanha, morro, monte, serra ou vale … que desperta sua atenção

    Uma Ação Participativa e Independente da Cidadania – Rumo a Rio+20 .Conta já a partir de seu lançamento aos 10/09/11 com 100 entidades e cidadãos dos movimentos civis em geral

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