Brasil volta à final olímpica após 24 anos

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Depois de 24 anos de frustrações, demissões de treinadores e crucificação de algumas gerações, a seleção brasileira está novamente em uma final olímpica. Nesta terça-feira, em Manchester, o time de Mano Menezes fez 3 a 0 na Coreia do Sul, com show de Leandro Damião, e avançou para a decisão do torneio de futebol masculino das Olimpíadas de Londres. Algo que não acontecia desde os Jogos de 1988, em Seul. O adversário será o México, sábado, às 11h, em Wembley.

A medalha de ouro olímpica é uma obsessão para o país que venceu cinco vezes a Copa do Mundo e tem uma das seleções mais temidas do planeta. Nas duas vezes que chegou mais perto da conquista, o Brasil sucumbiu na decisão e ficou apenas com a medalha de prata. Em 1984, nos Jogos de Los Angeles, perdeu da França. E quatro anos depois, em Seul, foi derrotado pela extinta União Soviética. Depois disso, levou dois bronzes: em 1996, em Atlanta, e 2008, em Pequim.

Para o duelo decisivo contra o México, o Brasil chega embalado por uma campanha goleadora. Fez três gols em todos os cinco jogos até aqui no torneio masculino de futebol das Olimpíadas da Londres. E mais: Leandro Damião, com seis gols, é o artilheiro da competição. O atacante do Internacional, aliás, é o terceiro maior goleador brasileiro nos Jogos, perdendo apenas Bebeto (oito) e Romário (sete). No jogo desta terça-feira, o jogador deixou para trás Ronaldo Fenômeno, com cinco.

Após pressão, Seleção acorda com percussão

O Brasil demorou a se encontrar no primeiro tempo. A Coreia do Sul tocava melhor a bola e chegava com mais facilidade à área da Seleção. A entrada de Alex Sandro melhorou o poder de marcação pelo lado esquerdo. Os asiáticos, por sua vez, deram trabalho nos primeiros 20 minutos de jogo sempre pela direita, principalmente com o atacante Ji Dongwon.

Aos 11 minutos, a defesa não se encontrou, Nam passou por três jogadores, chegou à linha de fundo e cruzou. A bola escorou na defesa e sobrou para Hyunsung Kim, que bateu fraco. No desespero, Sandro apareceu e cortou para escanteio. Esse foi só o cartão de visitas para a sequência de lances perigosos da Coreia do Sul.

O Brasil parecia nervoso. A troca de Alex Sandro por Hulk até surtia efeito em parte. Mas não no setor ofensivo. Aos 13, Gabriel dividiu no alto com um rival e bola sobrou quicando na entrada da pequena área. Ji Dongwon dividiu com Juan e Thiago Silva, quase na linha do gol, afastou o perigo. O time estava perdido, sendo dominado pelos rivais.

Dois minutos depois, Ji Dongwon soltou a bomba da intermediária e a bola passou rente ao travessão de Gabriel. O Brasil acordou a partir dos 19 minutos. Marcelo arrancou da defesa, passou por três adversários e lançou para Leandro Damião. O atacante invadiu a área, levou a bola para a perna direita e chutou para defesa de Lee.

A partir daí, o jogo ficou igual. Os sul-coreanos até tocavam a bola, mas já não encontravam as mesmas facilidades. Aos 27, um fenômeno curioso. Um grupo de brasileiros teve acesso à arquibancada do Old Trafford com instrumentos de percussão. Ao mesmo tempo, o time canarinho subiu de produção e passou a ser mais perigoso.

Dez minutos depois, o prêmio pela persistência na marcação da saída de bola dos rivais. Sandro recuperou a bola no meio de campo e tocou para Oscar. O apoiador carregou até a entrada da área e rolou para Rômulo. O volante finalizou de primeira, sem muita força, mas o goleiro Lee aceitou: 1 a 0 Brasil. Festa da torcida no estádio do Manchester United.

Nos acréscimos, Ji Dongwon, destaque da equipe no primeiro tempo, ainda aproveitou bobeada de Juan para finalizar forte da entrada da área por cima do travessão de Gabriel. Tudo sob o olhar atento do técnico Roberto Mancini, comandante do Manchester City, arquirrival do United na cidade inglesa.

A estrela do artilheiro

A Coreia do Sul voltou como começou o primeiro tempo. Em cima da Seleção. E logo aos três minutos, a arbitragem deixou de marcar um pênalti claro para os asiáticos. Kim Bokyung recebeu lançamento em profundidade, invadiu a área e foi derrubado por Sandro. O juiz Pavel Kralovec, da República Tcheca, mandou o lance seguir.

O Brasil tinha muitas dificuldades para sair do campo de defesa para o ataque. Abusava dos lançamentos dos zagueiros, sempre buscando uma casquinha de cabeça de Damião para Neymar sair na cara do gol. Em vão. Os sul-coreanos marcavam bem a jogada.

Mas quando conseguiu produzir uma boa jogada, o time canarinho fez o segundo gol. Aos 11, Neymar tabelou com Marcelo e recebeu na área. O atacante foi à linha de fundo e cruzou para trás. O lateral-esquerdo furou e a bola sobrou para Damião, que bateu de primeira para marcar mais um para a Seleção.

Com o gol, Damião chegou aos cinco nas Olimpíadas, igualando-se na artilharia da competição ao senegalês Konate. A partir daí, os sul-coreanos sentiram o golpe, e o Brasil passou a tocar a bola, buscando os espaços para ampliar o marcador.

E foi no toque de bola que o time fez mais um. Neymar recebeu um lindo lançamento de Thiago Silva do campo de defesa. O atacante tocou para Oscar, que tentou devolver. A bola bateu na zaga e sobrou para Damião dentro da área. O atacante bateu colocado para se tornar o goleador da competição, com seis tentos.

A Seleção seguiu tocando bola, buscando os espaços para marcar mais um. Não precisou porque os sul-coreanos já tinham perdido a força demonstrada no início dos dois tempos. No fim, festa brasileira e a chance de buscar o inédito ouro olímpico, no próximo sábado, no mítico Wembley, em Londres.

Fonte: Rede Record e R7

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