Em busca da sintonia

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por Luiz Humberto Monteiro Pereira
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Entrevista com Rodrigo Pessoa, da seleção brasileira de hipismo – Foto: arquivo pessoal
Entrevista com Rodrigo Pessoa, da seleção brasileira de hipismo – Foto: arquivo pessoal

Nas Olimpíadas de 2012, em Londres, Rodrigo Pessoa foi o porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura. Uma justa homenagem a um cavaleiro que disputava sua sexta edição das Olimpíadas e que ajudou a trazer três medalhas olímpicas para o Brasil – foi bronze por equipes em Atlanta-1996 e Sidney-2000 e ouro individual em Atenas-2004. Atualmente, Rodrigo está na 73ª posição do ranking mundial. Para fazer bonito nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, tenta melhorar o entrosamento com Status, seu atual cavalo. Com ele, ficou em quinto na prova por equipes nos Jogos Equestres Mundiais, em setembro, na França. “Sabemos que não será fácil. Mas teremos o apoio da torcida, que sem dúvida será enorme”, pondera o brasileiro de 42 anos, nascido em Paris e que fala sete idiomas.

A esperança do hipismo brasileiro é que Rodrigo reedite com Status o sucesso do conjunto que formou com Baloubet du Rouet, que teve seu auge com a medalha de ouro olímpica de 2004. No fim de 2007, Baloubet deixou as competições e o brasileiro experimentou outros cavalos, mas sem resultados tão bons. “A expectativa é boa com o Status. Sempre digo que a responsabilidade por uma boa apresentação numa prova é 30% do cavaleiro e 70% do cavalo”, diverte-se Rodrigo, que mora na Bélgica e, nas horas de folga, gosta de jogar golfe, andar de kart e esquiar.

Jogos Cariocas – Você formou com o Baloubet du Rouet uma das parcerias mais vitoriosas do hipismo mundial. Quais são suas chances com o Status para as Olimpíadas do Rio?

Rodrigo Pessoa – O Baloubet, que está “aposentado” e virou reprodutor em Portugal, é um cavalo diferenciado. Tinha várias qualidades que são difíceis de encontrar facilmente em qualquer animal. O Status tem toda a capacidade de ser o companheiro ideal durante os Jogos Olímpicos. Mas, assim como qualquer atleta, os cavalos também vivem bons e maus momentos. Procuro treinar bastante, desenvolver o cavalo durante os treinos e corrigir o que tem que ser corrigido para ter bons resultados.

Jogos Cariocas – Como está atualmente seu ritmo de treinamentos?

Rodrigo Pessoa – Como a rotina de qualquer cavaleiro, a minha também é intensa. Monto todos os dias, em média de seis a sete horas por dia, na Bélgica, onde eu moro. Normalmente de quinta a domingo estou em competição, então também acabo treinando com os cavalos que me acompanham.

Jogos Cariocas – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?

Rodrigo Pessoa – O  mais surpreendente foi o bronze em Atlanta, em 1996, a primeira medalha olímpica da história do hipismo brasileiro. Além de mim, a equipe era composta por Doda Miranda, Luiz Felipe Azevedo e André Johannpeter. O Brasil tinha bons resultados internacionais, mas não imaginavam que poderíamos brigar por medalha naquela ocasião. Depois vieram o título de campeão mundial, três títulos da Copa do Mundo e a outra medalha olímpica de bronze por equipes, em Sidney. Até os Jogos de Atenas, em 2004, quando vivi o ápice para qualquer esportista, que é conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.

Jogos Cariocas – O que esperar do hipismo brasileiro das próximas Olimpíadas?

Rodrigo Pessoa – É uma ótima oportunidade de aproximar o brasileiro do hipismo. Um esporte que não é tão popular, mas que já é motivo de orgulho para o país. Construímos uma história bacana na modalidade, e eu acho muito justo o brasileiro poder participar disso com os Jogos Olímpicos no Rio. O calor do público vai ser determinante para nós. O hipismo nacional tem ótimos nomes surgindo. São jovens cavaleiros que já estão ganhando experiência internacional. A CBH vem desenvolvendo um bom trabalho nesse aspecto. O mais complicado acaba sendo a criação de cavalos competitivos,  que exige um investimento muito alto.

Jogos Cariocas – Em novembro, você revelou que a escolha do Complexo de Deodoro para receber o hipismo nos Jogos Olímpicos do Rio não o agradava e que preferia que a competição fosse no Jockey Club Brasileiro. Continua com a mesma opinião?

Rodrigo Pessoa – Por diversos motivos, acabaram escolhendo Deodoro para receber a modalidade. A decisão já está tomada e iremos lá para dar o nosso melhor em busca de uma medalha para o Brasil. Espero que a torcida compareça em massa para ajudar a gente a brigar por uma medalha para o Brasil, que é o nosso principal objetivo.

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