Criação de ovinos – manejo sanitário evita doenças que afetam o rebanho

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O sucesso dos sistemas de terminação depende do programa de prevenção de enfermidades. Sem um adequado manejo sanitário do rebanho, o produtor pode perder todo o investimento aplicado. 

Nos últimos anos, percebe-se uma elevada produção de carne ovina no Brasil

Nos últimos anos, percebe-se uma elevada produção de carne ovina no Brasil, principalmente no mercado consumidor dos grandes centros urbanos. O potencial desse mercado tem aumentado graças ao abate de animais que produzem uma carcaça de melhor qualidade devido ao correto manejo sanitário.

“Hoje, é fato afirmar que, para viabilizar o sistema de produção de carne de ovinos, o criador deve se preocupar em oferecer uma carne que satisfaça consumidores cada vez mais exigentes”, afirma o professor Edson Ramos de Siqueira, do curso Criação de Ovinos de Corte, produzido pelo CPT – Centro De Produções Técnicas.

Sendo assim, em função da diversidade das condições ambientais das áreas de criação, cada criador deve desenvolver e adaptar um bom sistema de criação a fim de produzir carne de alta qualidade e para começar a definir um ótimo sistema de criação na região e adequado às condições da propriedade, o criador deve analisar a relação entre o ambiente e o animal.

Nesta relação, está a pastagem, presente em todo ciclo produtivo ou, pelo menos, na fase de cria, quando se optar pela terminação em confinamento. Contudo, deve ser levado em consideração todas as variáveis ambientais: solo, planta, clima e controle de enfermidades.

O sucesso dos sistemas de terminação de cordeiros depende, entre outros fatores, do programa de prevenção de enfermidades. Sem um adequado manejo sanitário do rebanho, o produtor pode perder todo o investimento aplicado na criação.

Talvez, o aspecto sanitário mais importante na criação de ovinos seja o controle da verminose. Assim, deve haver uma aplicação de vermífugo nos cordeiros no momento da desmama, para que não afete o seu desenvolvimento na terminação. Sete dias após a aplicação do vermífugo, deve ser feito um exame nas fezes dos animais para avaliar o efeito do produto.

De maneira geral, pode-se descrever o manejo sanitário em uma criação de ovinos da seguinte forma: 

Em função da diversidade das condições ambientais das áreas de criação, cada criador deve desenvolver e adaptar um bom sistema de criação

– Controle de verminose:
Deve ser feito exames mensais de OPG (ovos por grama de fezes). Quando o resultado superar 500, procurar orientação quanto ao medicamento a ser utilizado. É importante dar atenção aos seguintes fatores:
· Nunca aplicar vermífugo sem saber se é necessário, e buscar orientação quanto ao princípio ativo a ser utilizado.
· Cuidado com as subdosagens, as quais predispõem ao surgimento de vermes resistentes às drogas utilizadas.
· Quando possível, proceder ao manejo de pastagens com integração de espécies, consorciando ovinos com bovinos ou equinos.
· Descartar animais que sempre apresentam sintomatologia clínica de verminose, considerando-se que a resistência aos vermes é uma característica herdável.
· Na aquisição de novos animais, deixá-los em quarentena antes de introduzi-los no rebanho, assegurando-se que estão livres de parasitas. 

Deve haver uma aplicação de vermífugo nos cordeiros no momento da desmama, para que não afete o seu desenvolvimento na terminação

– Podridão de casco
É uma doença causada por uma bactéria, a qual pode levar o animal à morte por inanição. A podirdão de cascos causa sérios prejuízos ao rebanho, afetando acentuadamente a eficiência reprodutiva. Primeiramente, os ovinos não deverão ter acesso a áreas constantemente úmidas.

– Ectoparasitoses
Verificar diariamente os animais quanto à presença de milíases (bicheiras). Esporadicamente, conforme a região, pode aparecer o berne, que, posteriormente, poderá abrir o caminho à milíase. Para piolhos e sarnas, recomenda-se banhos de imersão anual, realizado 29 dias após a tosquia e repetido 10 a 12 dias depois.

– Oesterose – causada pela mosca Oesterus ovis, cujas larvas desenvolvem-se nos seios nasais do ovino, causando grandes transtornos, podendo culminar com a morte do animal.

– Fotossensibilização
É produzida pela ingestão de plantas fotossensibilizantes, como a Brachiaria decumbens. A fotossensibilização provoca inflamações cutâneas, quando os animais ficam sob os raios solares. O agente causal na verdade são os esporos do fungo ( Pithomyces chartarum), cuja presença em altos níveis, depende das condições climáticas e microclimáticas (relvado).

– Ceratoconjuntivite infecciosa
Doença infecto-contagiosa que afeta o olho dos ovinos.

– Ectima contagioso
Enfermidade contagiosa que acomete principalmente os cordeiros. Caracteriza-se pela presença de pústulas nos lábios, gengivas, úberes e espaço interdigital.

– Aftosa
Seguir as recomendações da vacinação das autoridades sanitárias.

– Tétano
Vacinar em áreas endêmicas.

– Brucelose
Doença infecto-contagiosa crônica que ocasiona abortos. É diagnosticada por testes sorológicos. Não há tratamento nem vacina para ovinos. 

O criador deve analisar a relação entre o ambiente e o animal para definir o sistema de criação

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Por Silvana Teixeira 

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