Cuidados básicos evitam acidentes com pipas

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 As férias escolares em julho, acompanhadas da maior intensidade dos ventos no período, são uma atração para a brincadeira de soltar pipas. O passatempo, porém, exige cuidados para que não se transforme em um acidente com consequências graves. No ano passado, foram atendidos 36 casos de acidentes com cerol no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Médicos e bombeiros alertam sobre os cuidados, e lembram que as crianças e os adolescentes devem ser orientados a dar preferência para os papagaios sem rabiolas, pois, na maioria dos casos, esta parte é a que fica presa aos fios elétricos ocasionando acidentes.

Para os motociclistas, ciclistas e pedestres, a linha com cerol significa risco de vida. A substância feita à base de vidro moído e cola, é usada para tornar cortante a linha da pipa. Lugares altos também devem ser evitados. Outro cuidado é nunca subir em lajes, muros e telhados para empinar pipas já que o risco de quedas é muito grande. Em 2010, a unidade atendeu 678 casos de queda de laje ou telhado. Este ano, até março foram 173 casos.

Risco fatal

A coordenadora da Clínica de Pediatria do Hospital de Pronto Socorro João XXIII, Eliane de Souza, alerta que dependendo da altura e do órgão atingido, a queda pode ser fatal. “Nos casos mais graves podem ocorrer fraturas no crânio e nas colunas cervical e toráxica. No caso da cervical, a vítima pode ficar tetraplégica. Já uma fratura na costela pode causar lesão nos pulmões”.

A pediatra chama a atenção também para os riscos das lesões internas provocadas por uma queda. “Podem ocorrer contusões pulmonar e cardíaca. Já o trauma no abdômen pode afetar o fígado, o baço e até romper o intestino. Outro perigo é o de rompimento de vasos sanguíneos e artérias”, explica a pediatra. Ela aconselha os pais que fiquem atentos e por perto nas brincadeiras que impliquem em algum risco e também, desde cedo, educar as crianças para a segurança, ensiná-las a se cuidar.

Rede elétrica

E o perigo não para por aí. Vendo o papagaio preso na rede, muitas crianças resolvem utilizar barras metálicas ou outros materiais condutores parta soltá-lo. Os especialistas alertam para jamais utilizar linha metálica, como fio de cobre de bobinas.

Também o contato com a rede elétrica pode ser fatal, além do perigo de queda devido ao impacto causado pelo choque elétrico ou até mesmo queimaduras graves. Não se deve, ainda, brincar perto de antenas, fios telefônicos ou cabos elétricos. Da mesma forma é necessário tomar cuidado com as ruas e lugares movimentados, principalmente quando for andar de costas para observar as evoluções da pipa no céu. Ao invés de se divertir com as manobras o jovem pode acabar caindo em um buraco ou até mesmo ser atropelado. O ideal é empinar pipa em locais abertos, como parques.

 

Agência Minas

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