BM&FBovespa e FGV lançam índice de rentabilidade de imóveis comerciais

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Os investidores brasileiros e estrangeiros, empresas ou pessoas físicas, poderão contar com uma nova ferramenta para saber se é hora ou não de fazer aplicações em imóveis comerciais ou em papeis do setor. Trata-se do Índice Geral do Mercado Imobiliário – Comercial (IGMIC-C), lançado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a BM&FBovespa. O primeiro IGMI-C de 2011 será divulgado em abril.

Participaram da criação do IGMI-C 26 entidades dos setores financeiro, imobiliário e de fundos de pensão. O cálculo sobre a valorização dos preços e dos rendimentos do segmento imobiliário leva em consideração o capital empregado, despesas, benfeitorias e evolução ao longo do tempo, entre outros itens, com base em informações obtidas por meio de entidades, empresas, consultores, gestores de carteiras imobiliárias e incorporadores. Com divulgação trimestral, o levantamento permite ter uma visão evolutiva desde 2000.

Em uma amostra com 190 imóveis foi constatado que, do primeiro trimestre de 2000 até o último trimestre do ano passado, o retorno médio da aplicação no setor no país teve uma valorização de 637,9%, sem o desconto da inflação no período. Já no último trimestre de 2009, em relação a igual período de 2010, a taxa ficou em 33,5%. Isoladamente, o retorno do capital nessa mesma base de comparação atingiu 16,4% e o da renda 15,2%.

Os segmentos comerciais avaliados incluem, entre outros, escritórios comerciais, shoppings, hotéis e imóveis industriais. A maioria está concentrada nos estados de São Paulo (37%) e do Rio de Janeiro (26%).

“O índice vai dar maior transparência a esse mercado e orientação em termos de rentabilidade. Acho que a gente começa a fechar todo um modelo de evolução do mercado imobiliário”, avaliou o diretor executivo de desenvolvimento e fomento de negócios da BM&FBovespa, José Antonio Gragnani.

Ele prevê tendência de crescimento do setor, já que o mercado brasileiro está muito abaixo de outros países. Como exemplo, ele citou que enquanto o Brasil movimenta algo entre 3 % e 4% do Produto Interno Bruto (PIB), o Chile e o México alcançam entre 14% e 17% e os países mais desenvolvidos superam a 50%.

De acordo com o diretor de desenvolvimento e relações com instituições da BM&FBovespa, Emílio Otranto, essa é uma ferramenta que o mercado vinha exigindo há anos. “Ela será uma referência para que o investidor – pessoa física ou jurídica ou ainda fundo de pensão – decida se vai ou não continuar investindo, porque ele] vai saber o comportamento de valorização naquela região. Hoje [essa decisão] depende muito da avaliação de um consultor imobiliário sobre o valor do metro quadrado de determinada região.”

O economista do Ibre, Paulo Picchetti, afirmou que a expectativa é que o novo indicador passe a ser adotado apenas como referência e não como indexador. Ele informou que há interesse em se criar também um índice semelhante para imóveis residenciais, mas “o desafio é obter informações”.

Agência Brasil

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