Cartão de crédito: vilão ou herói do orçamento?

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Por Carlos Terceiro, CEO da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais

Perder o controle do cartão de crédito, entrar em uma bola de neve de dívidas e partir para a medida drástica de cortar o cartão. Essas são expressões que você já deve ter ouvido falar a respeito do uso do cartão de crédito. Afinal, esse é um dos produtos financeiros que pode causar grandes problemas no orçamento se não for utilizado com cautela.

Nos cinco primeiros meses deste ano nós, da Mobills, analisamos dados de uma base de mais de 20.000 usuários da plataforma e percebemos que quanto menor é a renda de uma pessoa, maior é o limite de cartão de crédito dela. Ao mesmo tempo que os usuários que possuem as receitas maiores, têm limites até menores que a renda. Abaixo está um compilado a respeito dessas informações:

– Renda de R$ 500 a R$ 999,99 – limite é 203% maior
– Renda de R$ 1.000,00 a R$ 2.999,99 – limite é 61% maior
– Renda de R$ 3.000,00 a R$ 4.999,99 – limite é 19% maior
– Renda de R$ 5.000,00 a R$ 7.999,99 – limite é 7% menor
– Renda de R$ 8.000,00 a R$ 9.999,99 – limite é 18% menor
– Renda maior que R$ 10.000,00 – limite é 41% menor

Essa grande diferença entre limite e renda pode ser um dos causadores de endividamento se o usuário do cartão utilizá-lo como uma extensão de sua renda e sem se lembrar da alta taxa de juros para quem não paga a fatura completa até a data de vencimento.

Para utilizar o cartão de crédito com cautela, eu sempre reforço que o ideal é o usuário entender se é possível quitar a fatura integral na data do vencimento e, mais do que isso, estar atento aos parcelamentos – sempre que possível é melhor pagar à vista, mas se for preciso dividir é importante planejar o orçamento antes da compra. Desta maneira, o cartão se torna um aliado, já que não tem juros e ainda oferece alguns benefícios em programas de fidelidade, por exemplo.

Para quem se encontra atualmente com dívidas nos cartões, o primeiro passo é fazer um planejamento e análise da situação financeira, e se for possível quitar ou substituir a dívida por uma com juros mais baixos e controlar as faturas para que a dívida não volte a aparecer. Caso não seja possível, a antiga e famosa medida drástica de cortar os cartões pode ser uma opção – às vezes por pouco tempo!

Sobre Carlos Terceiro

Carlos Terceiro (29) é CEO e fundador da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais. Formado em desenvolvimento de softwares e análise de sistemas pela Universidade Estácio de Sá, ele sempre teve uma paixão por finanças pessoais e o sonho de empreender. Quando ainda era estagiário, já guardava dinheiro e pesquisava sobre como poupar e investir. Foi em 2014, após comprar seu primeiro smartphone e não encontrar o aplicativo ideal, que Carlos desenvolveu a ideia da Mobills. O principal objetivo da empresa é ajudar os brasileiros a terem uma vida financeira mais saudável. E em seis anos o APP já atingiu a marca de mais de sete milhões de downloads e é o melhor avaliado da categoria pelo Google Play e Apple Store. Além disso, a plataforma disponibiliza conteúdo sobre educação financeira nas redes sociais e no blog .

 

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