Gestão de RH em nuvem

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Sistema para gestão de recursos humanos desenvolvido pela empresa Efix, com apoio do PIPE-FAPESP, inova ao empregar o conceito da computação compartilhada com base na internet ilust.: Wikimedia

Por Fábio Reynol

Agência FAPESP – O conceito de computação em nuvem se refere à utilização coletiva de computadores, servidores e programas, que são compartilhados e interligados por meio da internet. O desenvolvimento de um sistema de gestão de recursos humanos baseado no conceito tem sido apoiado desde 2005 pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

O projeto “Plataforma web para o desenvolvimento do humano em organizações empresariais”, conduzido pela empresa Efix, desenvolveu um sistema computacional capaz de gerir competências, desempenho, aprendizagem e o capital intelectual de uma empresa.

Dois anos após o encerramento do projeto, a tecnologia desenvolvida tem sido adotada em grandes empresas, como Avon, Embraer, BMF&Bovespa e TAM.

A Efix surgiu em 1998 como uma desenvolvedora de produtos para internet e com trabalhos de ensino a distância por meios eletrônicos (e-learning). A partir de 2000, começou a se dedicar a sistemas para gestão de pessoas.

“Na época, não havia no mercado sistemas robustos e flexíveis voltados para a gestão estratégica de pessoas”, disse André Fix Ventura, fundador da Efix com o irmão Roberto, à Agência FAPESP. Os dois perceberam que muitos softwares no setor não eram desenvolvidos por empresas especializadas em tecnologia da informação, mas por consultorias de recursos humanos que faziam e vendiam os seus próprios programas.

O nicho chamou a atenção dos Ventura, que passaram a investir na concepção de um sistema que contemplasse a gestão estratégica e que pudesse ser aplicado em qualquer tipo de empresa. Os desenvolvedores da Efix projetaram um sistema dividido em três partes, cada uma dedicada a uma área: gestão de competências e desempenho, gestão do ensino e do conhecimento e avaliação de clima organizacional.

Cada área seria subdividida em módulos que totalizariam 15 no total. Em 2005, com nove módulos desenvolvidos, os empresários decidiram apresentar uma proposta para o PIPE. “Foi quando a análise feita pela FAPESP observou que o projeto estava bem maduro e que tinha condições de ser aprimorado”, disse Roberto.

O apoio financeiro foi necessário para o desenvolvimento dos seis módulos restantes, a criação de uma estrutura de comercialização e distribuição pela internet e a elaboração de um material de treinamento, além da tradução das interfaces para outros idiomas, o que permitiria a sua exportação.

O apoio também garantiu uma das maiores vantagens do sistema, a sua instalação em uma plataforma baseada na web. Ao manter todos os programas nos computadores da própria Efix, os clientes não precisariam ter uma equipe própria de manutenção dedicada ao hardware ou ao software.

O conceito de computação em nuvem também permitiu que atualizações mais rápidas dos equipamentos e dos programas pudessem ser feitas a partir de qualquer lugar do mundo por meio da internet. “Hoje, temos clientes acessando o sistema de outros países do continente americano e na Europa”, disse Roberto.

Versatilidade

Uma das características que chamou a atenção dos gestores dos clientes foi a flexibilidade do sistema. Ele é adaptável a qualquer metodologia de gestão, permitindo, inclusive, que duas delas coexistam na mesma empresa. “E, caso a empresa queira mudar de metodologia, a migração é feita facilmente”, afirmou André.

Os 15 módulos podem trocar informações entre eles e gerar relatórios para auxílio de tomadas de decisão. “O módulo de avaliação de competências pode ser cruzado com o de avaliação de metas e sugerir o tipo de treinamento e/ou desenvolvimento necessário para cada grupo baseado nas suas avaliações de competências. Do mesmo modo, o sistema pode indicar candidatos para uma sucessão ou realocação de pessoal com base nesses dados”, disse.

Cumprimento de metas departamentais, critérios para a distribuição de bônus e registros de reuniões de feedback são outros dados que o sistema pode utilizar respeitando a metodologia adotada por cada empresa. E, como os módulos funcionam de maneira independente, eles também podem ser adquiridos separadamente para atender necessidades específicas da companhia.

Essas características fizeram o sistema Efix ser contratado por grandes empresas. O mais novo cliente é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que anunciou recentemente o sistema como vencedor da concorrência para a implantação de um sistema de gestão de pessoal, envolvendo um contrato no valor de R$ 1,177 milhão.

“De 2004 a 2009, a Efix aumentou 1.100% em tamanho. Desse total, 760% foi no período de 2005 a 2008, quando tivemos o apoio do PIPE-FAPESP. Sem esse importante auxílio, seríamos bem menores”, disse Roberto Ventura.

Mais informações: www.efix.com.br

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