O presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Fuad Noman, foi o primeiro palestrante do projeto Plano de Desenvolvimento Industrial e Regional, lançado nessa quarta-feira (6), pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). No pontapé inicial, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, ele mostrou como o gás natural pode se tornar um indutor de crescimento sustentável da economia da cidade e de seu entorno. O evento contou ainda com debate sobre o assunto com o empresariado local. Outros nove grandes temas importantes para o desenvolvimento do estado serão apresentados nas demais regionais da Fiemg.
Noman datou para 2014 a chegada do gasoduto em Uberaba. Ele sairá do estado de São Paulo e irá atender a planta de amônia que a Petrobras vai construir na cidade. O presidente da Gasmig garantiu que toda a indústria hoje instalada no município – e futuramente o setor comercial e as residências – também poderá se beneficiar do gás natural que chegará pelo duto. “O gás é indutor de desenvolvimento. Ele faz a diferença. O Triângulo Mineiro possui fatores de produção como posição geográfica estratégica, mão de obra qualificada e infraestrutura. Com a chegada do combustível fóssil mais limpo que existe, a região atrairá indústrias, que já o procuram”, afirmou.
Para o presidente da Gasmig, o gás natural é indutor de desenvolvimento pelos diferenciais competitivos que apresenta frente a outros combustíveis, o que atrai empresas e investimentos. Ele mostrou que, quando comparado ao petróleo, está melhor distribuído geograficamente e possui reservas que podem ser usadas por mais 58,6 anos, em comparação aos 46,2 do outro. “É menos poluente, pois emite menor quantidade de gás carbônico e é isento de enxofre”, acrescenta. Noman ainda expôs outros fatores, como a menor vulnerabilidade a problemas políticos, a facilidade de transporte a grandes distâncias e a boa adequação para equipamentos modernos e processos tecnológicos exigentes.
O presidente da Fiemg Regional Vale do Rio Grande, em Uberaba, Altamir de Araujo Roso Filho, comemora o anúncio da chegada da fábrica da Petrobras e, principalmente, do gás natural. “É a melhor notícia dos últimos anos na cidade. Teremos a possibilidade de mudança da matriz energética das nossas empresas por um combustível que pode trazer maior produtividade e competitividade para elas”, comentou. Ele ainda se disse honrado por receber o primeiro evento do projeto Plano de Desenvolvimento Industrial e Regional.
Gás natural em Minas Gerais
Além do gasoduto que chegará a Uberaba em 2014, Minas Gerais está no mapa da exploração de gás natural com recentes descobertas na bacia do São Francisco. Os poços anunciados em Morada Nova de Minas e Brasilândia de Minas alimentam a expectativa de que a exploração comercial do combustível seja viável. Noman afirmou que estudos realizados apontam que as reservas de toda a bacia possuem entre 176,5 e 194,6 bilhões de m3 de gás. Esses números podem representar uma produção diária de 7 a 8 milhões de m3, 12% do total produzido no país e 25% do volume total importado diariamente da Bolívia. Ele informou que a estimativa de início da produção é para os próximos dois ou três anos.
Plano de Desenvolvimento Industrial e Regional
O projeto Plano de Desenvolvimento Industrial e Regional, lançado pela Fiemg nessa quarta-feira (6), passará por todas as regionais da instituição. Em cada uma delas, um palestrante apresentará um assunto de interesse do empresariado local, promovendo a discussão sobre a competitividade e o desenvolvimento da indústria mineira. Os eventos reúnem lideranças empresariais e políticas, dirigentes sindicais, formadores de opinião e instituições de apoio às regionais do Sistema Fiemg, autoridades políticas locais e universidades. A proposta é que juntos, todos possam discutir os temas apresentados, que são de interesse regional. O projeto conta com o apoio do Sebrae-MG e da Fundação João Pinneiro (FJP).
Agência Minas