Porque os brasileiros não reclamam?

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A imobilidade dos brasileiros chama atenção, Jesus ensinou que devemos amar os nossos semelhantes como a nós mesmos, infelizmente as pessoas não estão nem aí para os problemas dos outros que acabam sendo de todos, nós brasileiros somos criticados pela nossa imobilidade. O que é certo ou errado, será que não sabemos, você que perdeu seu emprego e vê todos os dias a carestia, a inflação, o desemprego e as notícias dos jornais rádios e TV. Será que você não sabe o que está acontecendo com o nosso país? O povo sempre com medo, não reclamando nem de seus direitos, quanto mais direitos da coletividade, o brasileiro pensa e acredita que, se ninguém reage, é melhor ele também não reagir. Essa é a conclusão de um novo estudo sobre a notória passividade nacional.

Nas movimentadas salas de espera dos atendimentos de saúde, ninguém fala nada quando chega alguém com dores e é maltratado ou não atendido pela atendente, nos coletivos muitas pessoas fecham os olhos e fingem estar dormindo para não ceder lugar a uma gestante, mulher com bebê no colo ou idoso, indivíduos estes que tem direito a um assento especial em transporte público. É o que diz a Lei Federal no 10.048, em vigor desde 2000.

Este não é só um problema nos ônibus aqui do interior, nas capitais nos trens e metros acontecem o mesmo. Muitos brasileiros não tem o hábito da solidariedade, e consequentemente não costuma reclamar seus direitos e da coletividade. A corrupção dos políticos, os altos salários, o aumento de impostos, o descaso nos postos de saúde, as filas imensas nos bancos e a violência, mesmo diante de seus direitos a maioria não reclama, perguntado por que não reclamam, as respostas sempre são as mesmas: não gosto de incomodar, de criar confusão.

Analisando os movimentos Brasil a fora e particularmente o de Manhuaçu, onde está a frente o jovem Robson Lacerda, movimento este para reduzir os salários de prefeitos, secretários e vereadores, “há momentos que ficamos atônitos com tanta passividade do povo, porque a sociedade não se envolve numa causa justa como esta, veja que estamos em uma crise e muitas prefeituras não estão tendo dinheiro para cobrir todas as despesas, muitas já atrasam salários dos funcionários, e o corte nestes altos salários iriam ajudar bastante, isto é reconhecer o óbvio de nossa realidade, pense: é justo pagar altos salários e faltar medicamentos para a saúde do povo? Veja, apenas cortando 50% nos salários, eles continuariam com um ótimo salário e o nosso município teria mais de 1 milhão e meio a mais todo ano”. Diz.

O problema é que, se ninguém diz nada, as vozes não se ajuntam e consequentemente nada é feito, o desejo coletivo é sufocado, e o pior todo manhuaçuense sabe das nossas necessidades, da falta de merenda de boa qualidade, medicamentos, médicos e enfermeiros. Temos que indignar com as coisas erradas, quando alguém fura a fila, a maioria finge que não vê. Todo mundo dá uma de bonzinho e cordial. Um repórter durante dois meses analisou o pico do almoço num restaurante coletivo. Houve 57 “furadas de fila”. “Entravam como quem não quer nada, falando ao celular ou cumprimentando alguém. A reação das pessoas era olhar para o teto, fugir do olhar dos outros”, afirma. O marceneiro Alair Francia de Manhuaçu, de 34 anos, admite que não reage quando vê alguém furar a fila no banco. “Fico esperando que alguém faça alguma coisa. Ninguém quer bancar o chato”, diz.

Outro exemplo que acredito ser do conhecimento de todos, um exemplo comum de ignorância pluralística: “quando, na sala de aula, o professor pergunta se todos entenderam, é raro alguém levantar a mão dizendo que está com dúvidas”. Ninguém quer se destacar, ocorrendo o que se chama “difusão da responsabilidade”, o que leva à inércia.

São centenas de casos que lógico todo mundo já passou por algum caso de alguém ser lesado e deixar por isso mesmo, quem sofre uma série de prejuízos não abre a boca.

O “não-vai-dar-em-na-da” é um discurso comum entre os “não-reclamantes”. E aí, sabemos que o Brasil atravessa um grande problema econômico e político, será que o país entrará nos eixos sem os brasileiros protestarem? Esta é a grande incógnita, que Deus nos abençoem.

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