A segurança precisa ser prioridade do governo

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As pessoas maiores de 50 anos com certeza têm lembranças de um tempo que a violência praticamente não existia nas pequenas cidades do interior. Grades nas janelas eu só fui conhecer em 1980 no Rio de Janeiro, hoje nos grandes centros, todas as casas tem grades nas janelas e portas. A sociedade brasileira nos últimos anos entrou no grupo das sociedades mais violentas do mundo. O país tem altíssimos índices de violência urbana violências praticadas nas ruas, como assaltos, sequestros, extermínios, etc. Violência doméstica; violência familiar, violência nas escolas e violência contra a mulher, que, em geral, é praticada pelo marido, namorado ou ex-companheiro.

A questão que precisamos descobrir é porque esses índices aumentaram tanto nos últimos anos. Onde estaria a raiz do problema? O problema parece que todos sabem, mas praticamente nada é feito para acabar ou pelo menos diminuir. Se a AIDES fosse uma doença que matasse só pobre, eles estariam condenados a morte, mas como ela avançou primeiro na classe mais rica, logo fizeram uma lei para que todos recebessem tratamento custeado pelo governo. Quem poderia dar um basta na

violência não o faz, pois, seus familiares só andam em carros blindados e com seguranças. A violência ao meu ver está intimamente ligada ao descaso das nossas autoridades com as leis. Se no Brasil tivesse uma lei rigorosíssima de julgamento imediato para todos os políticos, funcionários públicos, policiais, empresários, juízes, promotores, parlamentares, executivos e demais gestores que roubassem, superfaturasse obras em seu benefício ou de terceiros fossem punidos, o Brasil seria um país muito mais justo e promissor.

Infelizmente, o governo tem usado ferramentas erradas e conceitos errados na hora de entender o que é causa e o que é consequência. A violência que mata e que destrói está muito mais para sintoma social do que doença social. Aliás, são várias as doenças sociais que produzem violência como um tipo de sintoma. Portanto, não adianta super-armar a segurança pública, lhes entregando armas de guerra para repressão policial se a “doença” causadora não for identificada e combatida.

Já é tempo de a sociedade brasileira se conscientizar de que, violência não é ação. Violência é, na verdade, reação. O ser humano não comete violência sem motivo. É verdade que algumas vezes as violências recaem sob pessoas erradas, (pessoas inocentes que não cometeram as ações que estimularam a violência). No entanto, as ações erradas existiram e alguém as cometeu, caso contrário não haveria violência.

Em todo o Mundo as principais causas da violência são: o desrespeito — a prepotência — crises de raiva causadas por fracassos e frustrações — crises mentais (loucura consequente de anomalias patológicas que, em geral, são casos raros). Exceto nos casos de loucura, a violência pode ser interpretada como uma tentativa de corrigir o que o diálogo não foi capaz de resolver. A violência funciona como um último recurso que tenta restabelecer o que é justo segundo a ótica do agressor. Em geral, a violência não tem um caráter meramente destrutivo. Na realidade, tem uma motivação corretiva que tenta consertar o que o diálogo não foi capaz de solucionar. Portanto, sempre que houver violência é porque, alguma coisa, já estava anteriormente errada. É essa “coisa errada” a real causa que precisa ser corrigida para diminuirmos, de fato, os diversos tipos de violências.

No Brasil, a principal “ação errada”, que antecede a violência é o desrespeito. O desrespeito é consequente das injustiças e afrontamentos, sejam sociais, sejam econômicos, sejam de relacionamentos conjugais, etc. A irreverência e o excesso de liberdades libertinagens. Mas de todas as injustiças que mais coroe a sociedade é a desigualdade social. Imagina você no Pronto Atendimento Municipal, com sua mãe, em uma espera de mais de três horas e de repente quando você pensa que será atendido passa por você um vereador acompanhado de mais algumas pessoas e entra no ambulatório, você fica impaciente e tenta saber porque tanta demora e fica sabendo que o vereador foi direto ao médico e passa as pessoas para serem atendidas sem enfrentar filas. Este fato é comum nas pequenas cidades.

Sabendo-se que o desrespeito é o principal causador de violência, podemos então combater a violência diminuindo os diferentes tipos de desrespeito: seja o desrespeito econômico, o desrespeito social, o desrespeito conjugal, o desrespeito familiar e o desrespeito entre aqueles que se acham mais iguais.

O governo precisa diminuir as explorações econômicas (as grandes diferenças de renda) o excesso de impostos etc.

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