Celebração dos 67 anos do Parque Estadual do Rio Doce reúne 2,4 mil pessoas

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 Cerca de 2,4 mil pessoas participaram no sábado (16), das comemorações dos 67 anos de criação do Parque Estadual do Rio Doce. Na oportunidade foi realizada a 18ª Romaria Ecológica de Marliéria e da 8ª Romaria Ecológica de Timóteo, que resgatam os esforços realizados nos anos 1930 para preservação da área.

Administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais, o Parque está situado no Leste do Estado, a 248 km de Belo Horizonte. O Parque está inserido nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo. Por abrigar a maior área de Mata Atlântica de Minas Gerais em seus 36.970 hectares, a área é considerada Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Neste ano as comemorações à celebração teve significado diferente para, pelo menos, dois personagens. Um deles é o gerente da unidade de conservação, Vinícius de Assis Moreira, que assumiu o cargo há três meses. Natural de Marliéria, ele destaca a importância de um nativo da região assumir a importante tarefa de dirigir o Parque. “Estou ciente de que é uma tarefa que só conseguirei executar com o apoio dos funcionários e de todos os moradores da região”, afirma.

Já José Geraldo de Souza, o Tino, trabalhou em praticamente todas as romarias e comemora sua primeira participação sem envolvimento profissional. “Trabalhei no Parque de 1976 a 2010 quando me aposentei. Neste ano, estou aqui como um morador de Cava Grande (distrito de Timóteo) e defensor do Rio Doce”, destaca.

Com envolvimento puramente afetivo com a Romaria, José Tostes Gonçalves é um dos responsáveis por tocar os berrantes que simbolizam o comprometimento dos cavaleiros com a preservação do Parque. Aos 57 anos, ele acompanha a celebração desde sua primeira edição e lembra um dos momentos mais tristes da história do Parque, na década de 90, quando um incêndio levou a vida de 11 pessoas que combatiam as chamas. “Eram meus amigos e companheiros que deram suas vidas pela natureza”, afirma.

Biodiversidade

O Parque abriga 40 lagoas naturais, dentre as quais se destaca a Lagoa Dom Helvécio, com 6,7 Km² e profundidade de até 32,5 metros, proporcionando um espetáculo de rara beleza. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes, que servem de importante instrumento para estudos e pesquisas da fauna aquática nativa.

Na unidade de conservação é possível encontrar espécies ameaçadas de extinção como a onça-pintada, o macuco e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas. Também é possível encontrar espécies da avifauna, como o beija-flor-besourinho, o chauá, o jacu-açu, a saíra e a anumará, entre outras. São frequentes na unidade animais conhecidos da fauna brasileira, como a capivara, a anta, o macaco-prego, o sauá, a paca e a cotia.

As primeiras iniciativas no sentido de preservar o Parque Estadual do Rio Doce surgiram no início da década de 30, pelas mãos do arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, conhecido como bispo das matas virgens. Mas só em 1944 tornou-se oficialmente Parque com a publicação do Decreto-Lei nº 1.119 em 14 de julho.

O Parque oferece uma completa infraestrutura para atendimento a turistas e pesquisadores. A unidade dispõe de portaria, estacionamento, área de camping, vestiários, restaurante, anfiteatro, Centro de Visitantes, Centro de Pesquisas, Viveiro e posto da Polícia Militar de Meio Ambiente.

 

Agência Minas

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