Produtor da Serra da Canastra vence o concurso

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Jurados do concurso durante degustação dos produtos em disputa

Produtor da Serra da Canastra vence o concurso do melhor Queijo Minas Artesanal.  Minas Gerais é referência nacional na produção de queijo. Faltava, no entanto, saber quem no Estado se destacava na produção dessa iguaria. Os cinco melhores produtores foram conhecidos na final da 4ª edição do “Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal”, realizada na sexta-feira (3), durante a Superagro 2011. Para chegar à decisão os finalistas participaram de etapas nas cinco principais regiões produtoras do Estado, representadas por Araxá, Serro, Canastra, Cerrado e Vertentes. Ao final, 21 produtores foram selecionados para disputar o título. Além de promover a qualidade do queijo feito no Estado, o concurso serve como incentivo e como uma maneira de conscientizar os produtores da necessidade de estar certificado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O Estado possui cerca de 30 mil produtores, mas muitos ainda não possuem este registro. A produção mensal destes produtores é de cerca de 11 mil toneladas. Para estar entre os melhores de Minas Gerais a disputa foi acirrada. Foram analisados vários quesitos como sabor, aroma, apresentação, granulação, maturação e consistência, dentre outros. Para conquistar a banca de jurados e levar os votos foi preciso ter algo a mais. De acordo com Fernando Antônio Magalhães, pesquisador da Epamig e um dos jurados que escolheram os cinco ganhadores, foi muito difícil chegar ao resultado, já que a disputa foi de alto nível. “Apesar de cada região produtora possuir um sabor característico, tivemos boas disputas,” revela. Ele ressalta que a cada ano a qualidade do queijo tem melhorado e a escolha se torna mais difícil. Entretanto, segundo o avaliador, um dos quesitos acaba prevalecendo sobre os outros. “O sabor tem peso de 50%,” confessa.

Disputa por décimos

Para Albany Arcega, coordenador técnico do Programa Queijo Minas Artesanal da Emater-MG, a intenção do concurso foi chamar a atenção dos produtores para a necessidade de certificar seu produto e também ajudar a divulgar a qualidade do queijo mineiro. Ele considera que todos esses objetivos foram alcançados. “Conseguimos bom público, boa repercussão. As pessoas se interessaram em acompanhar a escolha,” comemora. Ele ainda ressalta a qualidade dos concorrentes. “Os queijos estão com uma qualidade indescritível. Os ganhadores foram definidos por décimos de pontuação,” diz. Pouco antes do resultado o clima era de muita ansiedade e expectativa. Os produtores se concentraram próximo ao local onde foram anunciados os nomes dos ganhadores do concurso. O quinto lugar ficou com Edgar Braga da Fonseca, de Lagoa Formosa, da região do Cerrado. Na quarta colocação outro representante do Cerrado, José Maria de Oliveira, de Rio Paranaíba. O terceiro colocado foi Nereu Ramos Martins, de Tapiraí, região da Canastra. O vice-campeão, Ronaldo José Lemos, de Campos Altos, foi o único representante da região de Araxá entre os premiados. O vencedor do concurso foi José Baltazar da Silva, de São Roque de Minas, mais um representante da região da Canastra.

Carinho é ingrediente

Muito assediado após ser consagrado campeão do concurso, o produtor José Baltazar, ou Zé Mário, como também é conhecido, proprietário da “Fazenda Zé Mario”, não escondia a surpresa de ver seu queijo sendo escolhido como o melhor. “Eu até esperava estar entre os classificados, mas não em primeiro lugar,” revela. Natural de São Roque de Minas, município onde ainda mora, ele conta que produz queijo há cerca de 50 anos. Atualmente, sua propriedade produz, em média, 300 queijos por mês. Casado, pai de dois filhos e uma filha, já adultos, ele elogiou a participação da família, mas fez questão de dedicar o prêmio à esposa, Valdete Aparecida Alves da Silva. “Eu acho que 95% do sucesso é graças à Valdete. Eu falo que vou colocar um colchão para ela perto dos queijos, de tanto que ela gosta de estar lá,” brinca. Para Zé Mario, o sucesso do seu queijo tem explicação. “Nós sempre trabalhamos com muito carinho. Temos muito cuidado na hora de preparar. Se o leite gerar qualquer dúvida quanto à qualidade nós descartamos. E a gente sempre espera que a pessoa tenha muito prazer em comer o queijo,” conclui.

Produto valorizado

O segundo colocado, Ronaldo José Lemos, proprietário do “Queijo Araxá”, também ficou muito feliz com a colocação. Ele conta que produz queijo há mais de duas décadas. “Eu parei por certo tempo, mas somando deve ter quase 21 anos,” conta. Segundo Ronaldo, a produção é praticamente toda familiar. “Meus três filhos, eu e um funcionário damos conta da produção”, conta. Atualmente, ele produz cerca de 110 queijos por dia. “Eu acredito que o local, o clima e a água ajudam na produção”, enumera. Além das condições naturais, o produtor ressalta que a certificação do IMA foi fundamental para conseguir este volume de produção. Após o resultado ele espera valorizar seu produto. “Participar foi muito importante. Agora, com este resultado, vai ser bom para divulgar e agregar valor,” acredita. O Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal é uma realização da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Emater-MG e do sistema cooperativista mineiro, representado pela Ocemg e Sescoop-MG.

 

Agência Minas

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