Simpósio de cafeicultura começa na quarta

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A  Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu (ACIAM) realiza, a partir desta quarta-feira (17), no Parque de Exposições da Ponte da Aldeia, em Manhuaçu, o 14º Simpósio de Cafeicultura de Montanha. Com palestras, debates, exposições e dia de campo, o evento espera um público superior a mil pessoas durante cada dia de atividades.

A abertura será às nove horas do dia 17 com a presença de autoridades. Em seguida, começam as palestras e debates com foco em mercado, qualidade, produtividade e certificação. “Além da apresentação de trabalhos de pesquisa, o simpósio contará com a realização de seminários sobre os mais variados e atuais temas relacionados à cafeicultura”, destaca o coordenador do evento, vereador Toninho Gama. O dirigente ainda destacou que está confirmada a presença de lideranças do setor cafeeiro e políticas para o debate de abertura.

EM DEFESA DA CAFEICULTURA

Toninho Gama defendeu ainda que o evento este ano seja focado no reconhecimento aos produtores e maior defesa da categoria. Antes do Simpósio, lançado em 1997 na primeira gestão de Toninho Gama na ACIAM, o café era chamado de “Rio Zona” e citado como sinônimo de café ruim. Nesses anos, com informações do simpósio e muito trabalho, os cafeicultores passaram a adotar práticas simples, que, sem aumentar custos, melhoraram bastante a qualidade. O resultado tem sido tão bom que todo ano produtores são selecionados no Prêmio Brasil de Qualidade do Café para “Espresso”, promovido por uma torrefadora italiana.

Depois de treze edições do Simpósio de Cafeicultura, Toninho argumenta que produtores já melhoraram a qualidade, a produtividade e a fama dos cafés das Matas de Minas. “Assistimos muita embromação e pouco resultado ao longo do ano de 2009. Foi um período de crise no setor e não vimos grandes avanços. Isso tudo gerou mais prejuízos para o cafeicultor”, recordou.

Segundo ele, enquanto os produtores têm feito a sua parte, o outro lado da cadeia produtiva não se empenha em dar condições aos cafeicultores de sair da situação difícil em que se encontram.

Outros países produtores vendem seu produto com ágio no mercado externo, o Brasil insiste em uma política de negociar café a preço de banana. Toninho também citou as demandas específicas da região como um fator que precisa ser mais defendido. “Eu entendo que nossas características demandam uma política mais específica para a região das montanhas. Nosso café tem dificuldades para ser semi mecanizado, é um grande empregador de mão de obra e tem um perfil formado por agricultores familiares em pequenas propriedades. A região enfrenta dificuldades para concorrer com os cafés produzidos dentro do mesmo estado. Os custos são maiores, as realidades mais distintas. É preciso lutar para uma política diferenciada, a exemplo do que regiões brasileiras já têm”, destacou.

INGRESSO

Para participar do Simpósio de Cafeicultura, a organização resolveu reduzir o valor do ingresso. O acesso custará cinco reais para cada dia e permitirá a participação nas palestras, debates e atividades paralelas, como a mostra de produtos, serviços, máquinas e implementos para a lavoura.

Participarão do Simpósio pesquisadores, cafeicultores, engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, estudantes e pessoas interessadas em café, empresas de equipamentos e insumos, cooperativas e associações de cafeicultores. O patrocínio é da Energisa, Banco do Brasil e Santa Clara, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, Emater, Sindicato Rural, Associação de Cafés Especiais (SCAMG), Fertilizantes Heringer, Sebrae-MG, Prefeitura e Câmara de Manhuaçu.

Carlos Henrique Cruz

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