Grito dos Excluídos critica remoção de famílias pobres em todo o país

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Com o slogan “Queremos um Estado a Serviço da Nação! Que garanta os direitos de toda população!”, o Grito dos Excluídos 2012, em Brasília, chamou a atenção da necessidade de moradias populares para famílias de baixa renda em todo país. O evento reuniu o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento Negro Unificado, Movimento Nacional da População em Situação de Rua, entre outros, por uma nova política de habitação no país.

O evento critica a forma como são feitas as remoções das famílias das áreas irregulares. Para Francisco Carneiro De Filippo, economista e um dos organizadores do Grito, quando as desocupações de áreas irregulares envolvem famílias pobres, o Estado é mais violento: “Nós não vemos a mesma violência para desocupar as famílias que estão em áreas irregulares, quando estas são ricas. A justiça colabora. Agora, quando são favelas ou moradores pobres, o poder público age com violência e expulsa as famílias, que ficam sem ter para onde ir.”, afirma.

Francisco também chama a atenção para o aumento de remoções que estão  ocorrendo por causa dos grandes eventos que vão acontecer no país, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Segundo ele, está havendo uma “higienização” de áreas nobres das grandes cidades, que resulta na expulsão das famílias pobres destas regiões, geralmente próximas ao centro dos municípios.

O Grito dos Excluídos também reivindicou maior atenção aos Conselho Tutelares do país, e ressaltou a importância da implantação de creches públicas nos municípios. Para Alessandra Pereira, conselheira tutelar no DF, “as creches são uma forma de garantir que o trabalhador possa deixar seu filho com segurança quando vai ao trabalho, além de ajudar na educação infantil.

Em Brasília, os manifestantes também saíram em defesa dos direitos dos camelôs e feirantes sem barracas. Também foi realizada uma feira simbolizando a defesa da economia popular e solidária.

O Grito dos Excluídos 2012 aconteceu hoje (7) simultaneamente em Aparecida (SP). Cuiabá (MT), Curitiba (PR) e em Salvador (BA). Ontem, o evento ocorreu em João Pessoa, Guaraíba e Campina Grande, todos na Paraíba, em Natal (RN) e Itabuna (BA).

O evento acontece desde 1995 e foi criado pelo Setor Pastoral Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), como uma forma de dar continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade. A ideia de  realiza-lo no dia7 de setembro, Dia da Pátria, é para fazer uma reflexão e uma crítica sobre o modelo de independência que o Brasil possui até os dias de hoje, em termos econômicos e sociais.

Agencia Brasil

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