Governo de Minas garante retomada da captação de água no Rio Doce

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(Foto): Verônica Manevy/Imprensa MG

Laudo comprova que, após tratamento, água pode ser consumida e chegará às torneiras dos moradores de Governador Valadares na segunda-feira

O governador Fernando Pimentel garantiu neste sábado (14/11) que o abastecimento de água em Governador Valadares a partir de captação do rio Doce poderá ser retomado na segunda-feira (16/11). A captação estava interrompida desde o início desta semana, devido ao rompimento de duas barragens de rejeitos da Samarco, em Mariana. Acompanhado do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e da prefeita de Governador Valadares, Elisa Costa, Pimentel acompanhou os trabalhos feitos na região, em sua terceira agenda na cidade após o ocorrido, e se reuniu com representantes da Samarco e com as equipes de trabalho.

“O ministro Occhi também participou da reunião com a empresa. O compromisso está assegurado e, agora, a notícia do ponto de vista emergencial mais importante para nós é que já temos laudos que apontam a possibilidade de voltar a utilizar a água do rio Doce, evidentemente após tratada”, afirmou o governador. “Nós já fizemos essa apuração após tratamento da ETA (Estação de Tratamento de Água) local, a partir deste fim de semana. Então provavelmente, de domingo para segunda a gente já começa a colocar na rede de distribuição da cidade a água tratada com grau de potabilidade assegurado pelos laudos que nós temos”, completou Pimentel.

Durante a coletiva de imprensa, o governador fez um balanço das medidas emergenciais adotadas durante a semana e assegurou que, mesmo com a retomada da captação de água no rio Doce, o Governo do Estado irá manter medidas emergenciais para assegurar que a população de Governador Valadares não enfrente, novamente, uma situação de desabastecimento. “As medidas emergenciais que já foram tomadas estão surtindo efeito. Estamos com um número significativo de caminhões-pipa atendendo à população de Valadares. Essa é a grande preocupação neste momento. Nós estamos também, com a Samarco, providenciando o início de uma obra de emergência de captação alternativa no rio Suaçuí-Pequeno e outra um pouco maior, no Rio Suaçuí-Grande”, destacou.

O governador também lembrou a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, nas cidades e Mariana e Valadares na última quinta-feira (12/11), para acompanhar os trabalhos nessas regiões e agradeceu o empenho do ministro de Integração Nacional e da prefeita Elisa Costa. Na última quinta-feira, a presidenta Dilma Rousseff esteve em Governador Valadares, sobrevoou a região na companhia de Pimentel e anunciou uma multa preliminar à mineradora de R$ 250 milhões. Dilma também afirmou que trabalha com o Estado para assegurar o abastecimento de água na região.

O ministro Gilberto Occhi destacou, como uma das medidas para reforçar o abastecimento de água em Governador Valadares,a adoção de uma estação móvel para tratamento. “Chega amanhã uma estação de tratamento de água móvel, que se junta à outra estação que está sendo reativada aqui. Uma começa a operar na terça-feira (17/11) e a outra na sexta-feira (20/11), o que vai garantir o abastecimento de água para todos os carros-pipa que já estão sendo utilizados aqui em Governador Valadares”, afirmou.

Em relação ao Estado do Espírito Santo, para onde seguiu após a agenda em Valadares, Occhi falou que o ministério tem um trabalho para atender toda a região da divisa dos estados. “Eu quero dizer aos senhores que essa água com lama está chegando na divisa com o Espírito Santo, na cidade de Aimoré. Nós temos um trabalho também de todas as cidades à juzante e à montante aqui de Valadares. Todas as cidades estão sendo atendidas, seja com carro-pipa, seja com a perfuração de poços. Então, isso também é uma informação para todos os demais municípios”, frisou.

A prefeita Elisa Costa agradeceu os esforços dos governos estadual e federal para atenuar as dificuldades causadas pela falta de abastecimento de água. “Desde o primeiro momento em que pedimos apoio, o governo de Minas Gerais se fez presente”, disse. Elisa garantiu que exigirá, da Samarco, soluções definitivas para a questão do abastecimento. “Exigimos da empresa que tenhamos uma estação de tratamento definitiva de novos mananciais em Governador Valadares, do Suaçuí-Grande, onde tem o maior volume de água”, afirmou.

O governador Fernando Pimentel disse que não houve problema de fiscalização das barragens que se romperam no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. “As empresas que operam mineração com barragem de rejeitos são obrigadas a apresentar, todo ano, uma auditoria feita por uma empresa externa, credenciada. É uma firma de auditoria, de engenharia credenciada, externa àquela empresa que opera a mineração, com responsável técnico. Então, essa auditoria mostra um laudo que é entregue – no caso de Minas, é a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) que faz isso – atestando a solidez daquela barragem”, explicou.

Governo faz força-tarefa

Nos últimos dez dias, desde o rompimento das barragens do Fundão e Santarém no distrito de Bento Rodrigues, município de Mariana, na região Central, o Governo de Minas Gerais tem atuado em força-tarefa para minimizar os estragos nas cidades afetadas. Desde a quinta-feira (5/11) equipes das áreas de saúde, meio ambiente, segurança pública, direitos humanos, energia e abastecimento e assistência social se deslocaram para o local da tragédia.

Na última sexta-feira (13/11), o governador Fernando Pimentel ordenou a criação de um grupo responsável por estudar novas alternativas para dispor os rejeitos de minério. Atualmente, são 450 as barragens de rejeitos, mineração e acúmulo de água em todo o Estado. A força-tarefa tem 60 dias para apresentar alternativas a esse modelo. Fazem parte do grupo membros das secretarias de Planejamento e Gestão (Seplag); Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad);e Desenvolvimento Econômico (Sede). Além dessas pastas, foram envolvidas a Advocacia-Geral do Estado (AGE), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

 

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