O maior desafio do século XXI: alimentar a população e respeitar o ambiente

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Valter Casarin, Coordenador Científico da NPV

Vamos começar a nossa conversa com uma boa dose de conhecimento. As plantas precisam de nutrientes para produzir, principalmente nitrogênio, fósforo e potássio. Longe do que costumamos ler, as variedades mais modernas das principais culturas agrícolas não foram projetadas para serem amplamente dependentes dos insumos, como o fertilizante e os agrotóxicos, mas sim, para serem produtivas.

Contudo, para isso acontecer, é necessário o uso de elementos fertilizantes e dos agrotóxicos, muitas vezes dando suporte para preservar seu potencial produtivo e aproveitar ao máximo os investimentos e o trabalho dos agricultores.

Sem fertilizantes e sem proteção contra pragas e doenças, a produção das seis culturas mais importantes do mundo (arroz, trigo, milho, cevada, soja, batata) cairia mais de 50%. Dentro desse cenário e pensando na atual demanda do nosso planeta, as reservas mundiais para cada um desses alimentos básicos não excederia nem mesmo algumas semanas. Portanto, a adubação das culturas contribui tanto para a quantidade quanto para a qualidade da produção vegetal, na qual se baseia o sistema alimentar global.

Segundo dados da FAO, em 2015, 795 milhões de pessoas ainda sofriam de fome, ou seja, uma em cada nove pessoas no mundo. Trinta anos atrás, essa proporção era de uma em cada quatro. A população mundial continuará a crescer e deverá chegar próximo de 10 bilhões de habitantes em 2050. Considerando que os recursos da terra agrícola são limitados e ameaçados pela expansão urbana, o aumento da produtividade é o principal fator para reduzir a fome e a pobreza no mundo.

Diante disso, é óbvio que o respeito ao meio ambiente é uma condição necessária para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável. O questionamento é saber se essas realidades são conciliáveis.  Nos últimos anos, termos como “economia circular”, “recuperação e reutilização de nutrientes”, “eficiência de matéria-prima”, “gases do efeito estufa” e “bioeconomia” entraram no vocabulário básico dos formuladores de políticas públicas e da sociedade industrial. Esses conceitos estão no centro dos desafios e oportunidades que encontramos diariamente.

No entanto, enquanto os fertilizantes minerais permitem que os agricultores abasteçam suas terras com os nutrientes necessários para o desenvolvimento da vida, seu papel e importância na abordagem de alguns dos desafios globais são ainda pouco conhecidos. Quer um exemplo? A indústria de fertilizantes está comprometida com a inovação, por meio da pesquisa, e se esforça para garantir o uso e a produção segura, sustentável e eficaz de seus produtos.

Quantas pessoas você conhece, que têm conhecimento a respeito dessa informação? Atualmente, graças às pesquisas das principais instituições do país e também de produtores, variedades com alto potencial produtivo são capazes de resistir naturalmente às pragas e doenças. Isso permite conciliar colheitas abundantes com uso limitado de agrotóxicos. Para os agricultores, controlar os custos de produção é vital usar menos produtos (fertilizantes, produtos fitossanitários, etc.) como forma de economizar dinheiro.

O raciocínio por trás do uso de fertilizantes está no aproveitamento do progresso contínuo trazido pelo melhoramento das variedades, enfatizando a eficácia de todos os insumos de nutrientes (fertilizantes minerais, orgânicos e organominerais). A nutrição equilibrada da planta com todos os elementos minerais produz alimentos de bom valor nutricional e de alta qualidade organoléptica (sabor, cor, odor, textura).

A ausência de um dos nutrientes resulta em uma qualidade degradada e uma diminuição no rendimento da cultura. Sintomas de deficiência revelam distúrbios fisiológicos sofridos pelas plantas, promovendo o desenvolvimento de produtos agrícolas de baixo valor de comercialização.

Além de todos esses fatores, os agricultores são particularmente sensíveis à qualidade do ambiente. Afinal, a natureza é ao mesmo tempo sua ferramenta de trabalho e a atmosfera de vida de sua família. Daí os esforços constantes para tornar realidade um conjunto de práticas culturais favoráveis ao ambiente natural. Dentre esses pilares, podemos citar a preservação da mata ciliar ao longo dos cursos dos rios, a cobertura vegetal para evitar solos descobertos, sistema de plantio direto para a microbiologia, a conservação do solo, entre outras.

Sobre a NPV

A NPV – Nutrientes para a Vida – nasceu com objetivo de melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes para a saúde humana. Braço da fundação norte-americana NFL – Nutrients For Life – no Brasil, a NPV trabalha baseada em informações científicas. O uso de fertilizantes de forma responsável e correta é o caminho para oferecer à sociedade oportunidade para maior segurança alimentar e qualidade nutricional dos alimentos e, sobretudo, produzindo de forma sustentável e com total respeito ao ambiente. Nutrir o solo, através dos fertilizantes, é a forma mais sensata de produzir alimentos em quantidade e qualidade para as pessoas, além de valorizar a preservação de nossas florestas.

A missão da NPV é esclarecer e informar a sociedade brasileira, com base em estudos científicos, sobre a importância e os benefícios dos fertilizantes na produção e qualidade dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.

A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e operada pela Biomarketing. A iniciativa conta ainda com parceiros como: Esalq/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR.

Saiba mais em https://www.nutrientesparaavida.org.br/

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