Por Devair G. Oliveira
Até o momento ninguém sabe o rumo que tomará as manifestações que tomam conta de todo o país. Ouvimos várias interpretações do fenômeno: sociólogos, jornalistas e comentaristas políticos, a opinião é unanime quanto a origem não partidária, mas ninguém arrisca dizer onde vai parar tudo isso.
A onda se espalhou para todos os estados e chegou ao interior de Minas. Hoje, 22 de junho um grupo de jovens de Lajinha fizeram sua primeira manifestação, mas já marcaram para semana que vem outra. Manhumirim, Manhuaçu e Ibatiba ES também fizeram manifestações e programaram outras,
Sem líderes reconhecidos, os protestos são convocados por diferentes grupos, movimentos e indivíduos via internet, especialmente por intermédio do Facebook.
Cada cidadão tem algo engasgado na garganta
“Veja você que se formos dizer os abusos, o desrespeito que temos aqui o pessoal não acredita, mas isso ocorre em todas as cidades pequenas, a Lei do passe para idosos não funciona aqui, os ônibus que passam em nossa cidade não transportam idosos nem deficientes sem pagar, só pagando. Outra coisa não há nada aqui para facilitar a vida de um cadeirante, isso para não falar em dezenas de outros abusos de nossos políticos do Brasil. Tem muita coisa errada, veja o preço que se paga para ir a Manhuaçu, o ônibus entra em vários lugares e cidades demorando mais de uma hora do que se fosse direto e você tem que pagar todo esse trajeto, e isso quando chega no horário”. Desabafou Pedrinho.
Os protestos começaram como um movimento pela redução das tarifas de ônibus, mas foram ganhando corpo com o passar do tempo. A questão do transporte público tornou-se apenas uma entre muitas causas abraçadas pelos ativistas.
Aconteceram muitas coisas nesses dias, o movimento ganhou dimensão nacional e ultrapassou a pauta inicial. As pessoas descobriram a força e querem uma reforma política séria, querem participar e serem ouvidas.