Por inabilidade da prefeitura e câmara, Manhuaçu pode ficar sem transporte público

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Triste realidade do poder público de Manhuaçu

A Câmara dos Vereadores de Manhuaçu realizou nesta quinta-feira (12/05), às 18h, no Plenário da Câmara, Audiência Pública para discutir a situação do transporte coletivo da cidade. A audiência atende a um requerimento da vereadora Eleonora Maira (PSB) e tem por objetivo a interação com a sociedade.

Nesta reportagem temos as considerações do advogado Vinícius Resende, empresário Sinésio que representou algumas associações de bairros, e o líder comunitário Halisson.

Advogado Vinícius de Resende
“É muito bom ter ouvido todos aqui que me antecedeu, e saio dessa Audiência Pública, muitíssimo preocupado, porque nós viemos aqui na busca, de soluções, de propostas de reivindicações de diversas comunidades, segmentos organizados e após a fala da empresa que, de certa forma, mexeu com todos nós, essa dificuldade de diálogo com o poder público na busca de soluções, isso é muito grave e muito triste, pois Manhuaçu corre o risco de a qualquer momento ficar sem transporte público.

 Essa mesma empresa encerrou as atividades no município de Muriaé, e com certeza uma audiência dessa grandeza deve ter no mínimo convidado o poder público para estar presente para se manifestar, para se posicionar, o equilíbrio é obrigatório devido aos contratos e a parte legal. A empresa está pedindo Socorro! Está gritando aqui numa Audiência Pública, pedindo socorro, parabéns aos vereadores que vão fazer esse requerimento, mas infelizmente a prefeitura deveria estar aqui e nas publicações da imprensa local foi dito que o Secretário de Fazenda foi convidado para estar presente, se manifestar, pontuar e a gente vê que a empresa vem aqui de uma forma, sim, último suspiro, pedindo para que seja atendido os requerimentos para que seja analisado os custos, que seja nomeado inclusive um perito. Sob pena dela entregar um dos maiores contratos de concessão pública do nosso município, e isso é muito grave.

Então nós saímos daqui muito mais preocupado e esperamos que o mais rápido possível, o poder público se manifeste, que no mínimo, siga o exemplo de Mariana, que Manhuaçu é uma cidade com muitos recursos, muitos recursos mesmo, muito obrigado pela oportunidade”. Comentou Vinícius da Tribuna da Câmara.

É um problema sério que atinge todos os municípios, sendo os maiores prejudicados os usuários dos coletivos, então para discutir um problema nada melhor do que convidar os interessados, mas nesta gestão não tem sido assim, as coisas são tocada da maneira mais conveniente pela prefeitura e pela câmara, como se quer fazer uma audiência sem divulgar com antecedência, ainda bem que temos em Manhuaçu algumas entidades e pessoas atentas aos acontecimentos, mas mesmo assim os maiores interessados  passam despercebidos.

Líder comunitário Halisson
segundo Halisson, a audiência pública de ontem, houve cobrança de alguns presidentes de associações, mas que em sua opinião eles olharam só o lado deles e esqueceram de observar a situação das empresas de ônibus, em seu entendimento há abusos dos usuários de carteirinhas, os que não pagam passagens, é só olhar dentro de um ônibus, por exemplo, dentro da cidade de Manhuaçu, se tiver 60 passageiros, 30 são de carteirinha.

“Tem pessoas aí de Sacramento, Santo Amaro, que vem a cidade duas a três vezes por dia, acredito que este problema não pode ser olhado só pelo meio político, temos que ver também o lado da empresa, se não ela vai parar o serviço.

A prefeitura deve respeitar os contratos licitatórios, a lei tem que ser respeitada. O empresário Sinésio deveria reunir as associações e conscientizar os moradores, pois tem pessoas que não pagam passagem fazendo serviço para outros, usando muitas vezes por dia o transporte público, e como a empresa vai sobreviver.

A empresa convidou todos para ir lá, eles têm as provas das microfilmagens dentro dos ônibus, você vai ver que a solução realmente está fora do comum, paga-se os inocentes pelos pecadores, existem carteirinhas demais em Manhuaçu”. Concluiu Halisson.

Transportes coletivos e coleta de lixos no Brasil sempre deu muitos problemas, são os dois casos de maiores corrupções nos municípios e que já levou por corrupção dezenas de prefeitos, vereadores e empresários para a cadeia. Manhuaçu já teve sérios problemas com estes setores. Hoje vivemos uma crise sem precedentes que afeta a todos, mas de uma maneira singular as empresas de transportes, sabemos que o momento é delicado pela crise mundial do petróleo.

Convidam muitas entidades, mas poucas representam os usuários

De todas as entidades convidadas acredito que eles não sabem o que é esperar por horas a passagem de um ônibus, se a prefeitura e a câmara quisessem mesmo tomar ciência dos problemas teria feito uma pesquisa, um estudo para saber quais setores dos bairros não estão sendo atendidos pelas empresas de ônibus e quais são as reivindicações das pessoas que usam o transporte coletivo, e principalmente ouvir e ver a realidade dos custos das empresas.

Foram convidados para a audiência o Secretário Municipal de Fazenda, que não compareceu; o Diretor Municipal de Trânsito; os representantes das empresas de transporte coletivo urbano e de distrito; a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social; a Associação das Mães e Amigos dos Autistas; representante de portadores de deficiência; representante do DER-MG; representante do DNIT; o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater); Conselho das Associações de Moradores de Manhuaçu (COAMMA); Conselho de Trânsito; Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep); Polícia Militar; Secretaria de Agricultura; e Corpo de Bombeiros.

Regras da audiência pública

A participação na audiência é aberta a toda a comunidade, sendo necessário apenas o credenciamento dos interessados. A reunião será constituída por uma Mesa Diretora, que será presidida pela vereadora Eleonora Maira, e um Plenário.

Os participantes poderão se manifestar por escrito ou oralmente. Aqueles que quiserem se manifestar oralmente deverão se inscrever, diretamente na Secretaria da Câmara, até o início do evento e terão cinco minutos para apresentar suas reivindicações.

Dos reais representantes dos usuários, não foi fácil para as manifestações tiveram que discutir bastante para ter sua voz ouvida.

 

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