Reeleição prejudica política, diz ex-presidente do STV

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Joaquim Barbosa retoma o dia-a-dia depois de um período de pouco mais de 30 dias fora do País, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou nesta terça-feira, 16, ser contra a reeleição para o cargo da Presidência da República. “O sistema político fica prejudicado quando há o instituto da reeleição para os cargos do Executivo”, disse, em palestra realizada na abertura de congresso de empresários do setor de shopping centers, na capital paulista.

O ex-ministro do STF falou que a reeleição dá margem para que o Executivo adote a política de troca de favores, como negociação de cargos e apoio a programas inadequados, com o objetivo de ampliar a base aliada. Uma alternativa, segundo ele, seria a adoção de um único mandato mais longo, de cinco anos.

Joaquim Barbosa não citou o nome da presidente Dilma Rousseff (PT), que busca o segundo mandato, nem o de outros candidatos. Em sua palestra, ele ponderou que a afirmação “não tem relação com qualquer caso concreto da atualidade”.

Vários jornalistas tentaram uma palavra de Barbosa sobre as eleições, mas ele preferiu não fazer comentários, justificando que não estava atualizado, pois estava de férias na Argentina, sem acompanhar o andamento das campanhas.

Foi só a palestra começar para surgir várias perguntas da plateia sobre poderia ser feito para convencer o ex-ministro a ser candidato à Presidência. “Vocês não têm nada a fazer. Está tão bom aqui fora”, disse, sorrindo. Perguntado ainda sobre qual o seu partido político preferido, respondeu que “não escolheria nenhum”. Ele foi aplaudido de pé por um público de cerca de 300 pessoas, na abertura e no fim de sua apresentação.

Na palestra, Joaquim Barbosa falou sobre estabilidade jurídica e desenvolvimento econômico, quando voltou a fazer críticas à situação institucional do Brasil. Dentre outros pontos, criticou o excesso de impostos e burocracia, que diminuem a visibilidade de empreendedores. “A falta de transparência do Fisco e a tributação exacerbada são compensados pela anistia e parcelamento da tributação, com programas como o Refis” observou.

O ex-ministro Barbosa afirmou que é otimista em relação ao Brasil e lembrou que houve avanços significativos nas últimas décadas, como alternância do poder e respeito às normas do Estado de direito. Por outro lado, criticou várias vezes o patrimonialismo, o nepotismo e a cultura do privilégio, representada pelo “jeitinho brasileiro”. “Eu sou otimista sobre o País. Vejo nossa situação como a fase mais importante de estabilização institucional da nossa história”, afirmou.

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