Os chanceleres do Brasil e da China participam hoje (25), no Itamaraty, do 1º Diálogo Estratégico Global entre os dois países, que prevê reuniões anuais em Brasília e Pequim, para acompanhar a evolução da agenda bilateral e coordenar ações conjuntas sobre temas internacionais de interesse comum. O ministro de Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, também aproveita a visita ao Brasil, após passar por Cuba, pela Venezuela e Argentina, para acertar detalhes sobre a primeira visita do presidente Xi Jinping ao país, para a 6ª Cúpula do Brics, em Fortaleza, e Brasília, ambas em julho, após a Copa do Mundo.
Em 2014, as relações diplomáticas entre os dois países completam 40 anos. Os dois países cresceram muito economicamente e, desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2012, as trocas comerciais chegaram a US$ 75,4 bilhões, com US$ 41,2 bilhões de exportações brasileiras, um superávit de US$ 7 bilhões em relação aos US$ 34,2 bilhões de importações em produtos chineses.
Além disso, ambos formam o Brics – junto com Rússia, Índia e África do Sul, fórum em ascensão que tem incrementado a cooperação entre esses países e pretende influenciar discussões internacionais. Juntos, os cinco países detêm quase 30% do território e mais de 40% da população mundial, além de aproximadamente 22% do PIB global.
Nos últimos anos, a China tem aumentado seus investimentos no Brasil, principalmente em setores industriais, como os de veículos leves e pesados, linhas de transmissão elétrica e tecnologia da informação e comunicação, e de serviços, como de bancos e aéreos. Grandes empresas brasileiras também têm se consolidado na China, como Embraer, Vale, BRFoods e Votorantim. De acordo com o Itamaraty, o Banco do Brasil também inaugurará uma agência em Xangai no próximo mês.
Na área de ciência e tecnologia, os dois países desenvolvem o Programa Espacial Sino-Brasileiro, para lançamento de satélites. A Embrapa também tem um laboratório na China. Além disso, há cooperação em cursos nas áreas de nanotecnologia, biocombustíveis e satélites meteorológicos e, atualmente, 193 alunos brasileiros estudam em universidades chinesas, por meio do Programa Ciência sem Fronteiras. Após o aniversário de 40 anos, os dois países pretendem ampliar suas relações e atingir um novo patamar de cooperação. Os chanceleres falarão com a imprensa às 14h30, após almoço no Palácio Itamaraty.
Agência Brasil