Congresso discutirá restituição de Manuel Zelaya em dezembro

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hondurasA restituição ou não do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, será discutida no próximo dia 2 de dezembro. Isso foi o que afirmou hoje (17) o presidente do Congresso Nacional, Alfredo Saavedra. As informações são de EFE. Também hoje, as autoridades do governo de fato anunciaram mais uma ação contra Zelaya e seus simpatizantes: cancelarão a carta de naturalização do salvadorenho Andrés Tamayo, sacerdote que estava com Zelaya na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

No dia 2 de dezembro, ou seja, após a data marcada para as eleições presidenciais, os congressistas discutirão se restituem ou não Manuel Zelaya ao poder. Vale lembrar que, com essa data, a decisão ocorrerá apenas pouco mais de um mês para o fim do mandato de quatro anos do presidente constitucional, o qual acabará no dia 27 de janeiro de 2010.

O anúncio do Congresso ocorre dois dias depois do mandatário constitucional ter enviado uma carta ao presidente estadunidense, Barack Obama, assegurando que não aceitará mais retornar ao poder. O secretário-geral do Congresso Nacional, Ramón Velásquez, por sua vez, afirmou ontem à Rádio HRN que o Congresso seguirá com o debate sobre a restituição e que a opinião de Zelaya não muda a posição do Legislativo “que como poder do Estado, não pode estar atuando irresponsavelmente ou na linha do que opine qualquer hondurenho”.

O mandatário constitucional afirmou, em carta divulgada no domingo passado, que não aceitará mais nenhum acordo de retorno à presidência. Zelaya anunciou seu novo posicionamento duas semanas antes de ocorrerem as eleições presidenciais no país, marcadas para o dia 29 de novembro.

Padre Tamayo

Hoje, o governo de fato declarou mais uma ação contra as pessoas que apoiam o presidente legítimo de Honduras. Segundo informações de El Heraldo, as autoridades de Governo e Justiça anunciaram que cancelarão a carta de naturalização do sacerdote salvadorenho Andrés Tamayo.

Padre Tamayo acompanhava Zelaya na embaixada do Brasil em Tegucigalpa e participava das manifestações de resistência ao golpe e de boicote às eleições de 29 de novembro. Por causa disso, o sacerdote salvadorenho, quem conseguiu uma naturalização hondurenha depois de viver 22 anos no país, terá sua carta de naturalização cancelada.

Tamayo deixou ontem, voluntariamente, a embaixada brasileira para voltar a El Salvador, onde vive sua única irmã. De acordo com o porta-voz de Zelaya, Carlos Eduardo Reina, o sacerdote saiu da embaixada para visitar sua irmã – quem está doente -, mas segue com suas opiniões e lutas pelo fim do golpe em Honduras.

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