Demandas russas deixam negociações nucleares com Irã no limbo

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Negociadores tinham um texto amplamente concluído

Os negociadores chegaram à fase final de 11 meses de discussões para restaurar o acordo, que suspendeu as sanções ao Irã em troca de restrições ao seu programa nuclear, há muito visto pelo Ocidente como uma forma de encobrir o desenvolvimento de bombas atômicas.

Mas no sábado passado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, inesperadamente exigiu garantias abrangentes de que o comércio russo com o Irã não seria afetado pelas sanções impostas a Moscou por sua invasão da Ucrânia — uma exigência que as potências ocidentais dizem ser inaceitável e Washington insistiu que não concordará.

Um colapso das negociações poderia resultar em Teerã ficando a uma curta distância do desenvolvimento de armas nucleares, uma perspectiva que poderia desencadear uma nova guerra no Oriente Médio. Teerã nega que busca bombas atômicas.

O fracasso em chegar a um acordo também pode levar o Ocidente a impor sanções severas adicionais ao Irã e aumentar ainda mais os preços mundiais do petróleo já pressionados pelo conflito na Ucrânia.

“É necessária uma pausa (nas negociações de Viena), devido a fatores externos”, escreveu o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, no Twitter. “Um texto final está essencialmente pronto e sobre a mesa.”

Teerã sugeriu na quinta-feira que havia novos obstáculos para retomar o acordo. Washington ressaltou que não tem intenção de acomodar as exigências da Rússia.

Por John Irish e Parisa Hafezi e Francois Murphy – Repórteres da Reuters – Viena (Áustria)

Reuters

 

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