Europa segue sem acordo às vésperas de encontro sobre Grécia

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 Autoridades europeias e executivos de bancos comerciais seguem longe de um consenso sobre um segundo pacote de resgate à Grécia e evitar o contágio da crise de dívida.

A porta-voz do governo francês Valerie Pecresse disse acreditar em acordo no encontro entre líderes das 17 nações da zona do euro, marcado para quinta-feira em Bruxelas. O pacto preveria novos financiamentos além dos 110 bilhões de euros (154 bilhões de dólares) liberados ao país em maio de 2010.

Mas, após três semanas de conversas preliminares, não está claro se pode haver consenso sobre como credores privados –bancos, seguradoras e outros investidores– que detêm papéis do governo grego vão contribuir com o socorro financeiro, aceitando perdas de valor de títulos de sua carteira.

Temores de que o resgate possa fracassar, levando a um possível default desordenado da dívida grega, derrubavam o euro, enquanto os yields dos bônus do governo de Estados do bloco com elevada carga de dívida subiam.

O rendimento do papel de 10 anos da Itália avançava 0,2 ponto percentual, para uma nova máxima desde a criação do euro.

Paul de Grauwe, professor de economia internacional da Leuven University, na Bélgica e conselheiro informal do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que as autoridades vêm atrasando tanto uma ação definitiva sobre a Grécia que as opções estão ficando escassas rapidamente.

‘Tenho medo de ter esperanças. Ainda as tenho, sim, mas não estou otimista’, afirmou.

Tivemos soluções no passado, mas não as dominamos. Agora é tarde demais para que algumas dessas soluções funcionem. A oportunidade foi perdida.’

PROPOSTAS

As autoridades se deparam com um conjunto de propostas para um fundo de resgate europeu (EFSF, na sigla em inglês), com o intuito de financiar uma recompra ou swap voluntários de títulos gregos, ou possivelmente ambos.

Os planos seriam conduzidos com um desconto no valor de face dos papéis, ajudando a reduzir a dívida soberana grega, de 340 bilhões de dólares.

Mas todos os esquemas podem enfrentar obstáculos técnicos e jurídicos, em alguns casos exigindo a aprovação dos parlamentos da zona do euro.

Outras propostas ainda parecem estar à mesa. O jornal alemão Die Welt reportou que os governos estão considerando uma taxação em bancos como forma de envolver os credores privados no resgate a Atenas.

Como parte de um segundo pacote de socorro financeiro, as autoridades também estão avaliando outras medidas para ajudar a Grécia, como empréstimos emergenciais extras de até 60 bilhões de euros por parte da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e medidas para recaptalizar os bancos gregos e europeus e estímulo ao crescimento econômico grego.

Uma fonte da UE disse que há um acordo básico sobre ampliar os vencimentos e reduzir as taxas de juros em empréstimos à Grécia, Irlanda e Portugal.

 

 

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