Ex-presidente Hosni Mubarak pode ser condenado à forca no Egito

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O ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, detido esta semana na investigação sobre a violenta repressão das manifestações antigoverno, pode ser condenado à forca, informou a imprensa oficial nesta sexta-feira (15).

Mubarak e seus filhos Gamal e Alaa foram detidos na quarta-feira, por 15 dias, como parte de uma investigação judicial sobre a repressão contra os manifestantes que derrubaram seu regime, após uma mobilização entre janeiro e fevereiro. Pelo menos 800 pessoas foram mortas.

O jornal oficial “Al Ahram” citou nesta sexta uma declaração do presidente da corte de apelações do Cairo, Zakaria Chalach, afirmando que Mubarak pode ser executado se for considerado culpado de provocar a morte dos manifestantes de maneira premeditada.

Chalach indicou ainda que o depoimento do ex-ministro do Interior de Mubarak, Habib Al Adli, também acusado por ordenar os disparos contra os manifestantes, o transforma em cúmplice se confirmado

O então presidente do Egito, Hosni Mubarak, em 19 de outubro de 2010 (Foto: AP)

Segundo o magistrado, Adli afirmou que Mubarak ordenou que ele usasse a força contra os protestos.

“Se isto for provado, (Mubarak) receberá a mesma pena que a pessoa que coordenou (a repressão), e pode ser uma execução se demonstrarmos que os manifestantes pacíficos foram mortos de maneira premeditada”, disse.

Se não tiver havido premeditação, o ex-presidente será condenado à prisão perpétua. Entretanto, se o tribunal concluir que as ordens de Mubarak levaram os agentes repressores apenas a ferir os manifestantes, ele pode ser sentenciado a três ou cinco anos de prisão.

Hospital militar

O Ministério Público pediu que Mubarak seja transferido de um hospital civil de Sharm el Sheikh, no deserto do Sinai, para um hospital militar, de onde será levado à prisão quando seu estado de saúde permitir.

O procurador geral Abdel Meguid Mahmud “ordenou a transferência do ex-presidente Hosni Mubarak para um dos hospitais militares” do país, indicou a agência oficial Mena, sem indicar qual.

Mubarak será protegido pela “segurança necessária”, acrescentou a agência.

Sua prisão preventiva em um centro hospitalar implica na “obrigação de informar a justiça quando seu estado de saúde permitir que ele seja transferido para a prisão”.

Hosni Mubarak deu entrada no hospital internacional de Sharm el Sheikh na terça-feira, após sofrer um infarto quando passava por um interrogatório judicial.

 

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