Guia prático: o que é uma stablecoin, como e quando usá-la

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Esta tecnologia pode ser utilizada para qualquer outro tipo de lastro: ouro, Euros, petróleo e até mesmo o índice S&P500. O que garante esta paridade é a compra do ativo real por conta do administrador responsável pela emissão da stablecoin.

Stablecoin do dólar

Vamos iniciar pelo caso mais simples, o dólar. O cliente realiza a transferência bancária de 2.000 dólares para o administrador da stablecoin. Em contrapartida, este administrador emite 2.000 tokens e os envia para a carteira do cliente.

É necessário lembrar que esse token não tem obrigatoriedade de negociar por 1 dólar. Sua cotação irá flutuar nas exchanges, embora sempre girando próximo deste valor. Se por algum motivo fugir muito da paridade, provavelmente os arbitradores vão correr para buscar esse ganho, levando novamente a moeda para próximo de 1 dólar.

A garantia de que o número de tokens em circulação é igual ao montante de dólares custodiados, ou guardados, é de responsabilidade do administrador dastablecoin. Apresentar balancetes auditados ajuda a trazer transparência, mas estes procedimentos variam de acordo com cada emissor.

Vantagens da stablecoin

Por que comprar uma criptomoeda que não apresenta potencial de alta? Existem três casos básicos na qual sua utilidade e praticidade ajudam bastante no dia a dia:

1. Moeda forte: Precisamos lembrar que muita gente vive em países onde a moeda local é mais fraca que o dólar (alô, Brasil!), seja por conta da inflação ou limitações nas transações impostas pelo governo. A stablecoin neste caso funciona meramente como um dólar virtual, evitando assim a necessidade de transacionar por contas bancárias ou pelos meios tradicionais, tipicamente complexos e caros.

2. Saldo parado: Vamos imaginar um cenário onde o cliente optou por vender seus Bitcoins, porém não quer deixar o valor parado na exchange ou transferir para sua conta bancária. A stablecoin é uma excelente opção, já que traz a possibilidade da auto-custódia, ou seja, permite ao cliente armazená-la em uma wallet de sua responsabilidade.

3. Transferência entre exchanges: A transferência de valores entre exchanges sempre foi possível no caso do Bitcoin e demais criptomoedas, mas na moeda fiduciária era necessário sacar o valor, para em seguida realizar um depósito em outra exchange. Utilizando stablecoins este processo é muito mais rápido e barato.

Principais stablecoins

As stablecoins que buscam a paridade com o dólar dominam o cenário, lideradas pela mais antiga delas, o Tether USD (USDT), com mais de 6,5 bilhões emitidos. Em segundo lugar está a USDC, da corretora americana Coinbase, considerada por especialistas como uma das mais seguras do mercado. Há também um crescimento das criptomoedas que buscam a paridade com o ouro, embora ainda sejam incipientes.

Segue o ranking das stablecoins em dólar, de acordo com o site stablecoinstats.com

Lembre-se que cada uma possui suas características próprias em termos regulatórios e forma de distribuição ao mercado. A stablecoin DAI, por exemplo, possui lastro em Ethereum (ETH) e outras criptomoedas, sendo sua paridade com o dólar atingida através de um mecanismo de rebalanceamento automático.

Como adquirir uma stablecoin?

Embora seja possível adquirir diretamente com o emissor, para isto é necessário uma conta corrente em dólar, além de precisar atender as exigências de KYC – Conheça seu Cliente – e PLD – Prevenção à Lavagem de Dinheiro.

A maneira mais prática acaba sendo através das exchanges, seja trocando moeda fiduciária (reais, euros, dólares) pela stablecoin desejada, ou vendendo outras criptomoedas em troca da stablecoin.

Algumas exchanges internacionais não contam com entrada e saída de forma direta de valores em moeda fiduciária. Outras obrigam a utilização de um parceiro (gateway), que cobra uma taxa pela transação.

O Mercado Bitcoin, exchange líder em volumes na América Latina, está em vias de trazer uma destas stablecoins em dólar líderes de mercado para seus clientes. Acompanhe nossas redes sociais e disparos de e-mail para ser informado da data de lançamento.

Utilização no dia-a-dia

A maioria das stablecoins funciona como um token da rede Ethereum, no padrão ERC-20. Desta forma, poderá ser armazenado em qualquer carteira – wallet – que trabalhe com tais tokens.

O cliente ganha uma opção de armazenar por conta própria esta stablecoin, embora o Mercado Bitcoin siga oferecendo a possibilidade de manter de forma gratuita, segura e criptografada suas criptomoedas em nossa custódia, como já fazemos hoje.

Caso deseje enviar a stablecoin ou qualquer outra criptomoeda diretamente de sua conta na Mercado Bitcoin para outra exchange ou carteira, também é possível. Deve-se solicitar a transferência de criptomoedas via plataforma web, da mesma forma que você já está acostumado.

Está com dúvida sobre as transações de bitcoin e stablecoins, como funcionam os endereços no blockchain, se é possível identificar o remetente ou destinatário, taxas de envio e confirmações? Acompanhe conosco neste outro artigo.

A tokenização do dinheiro e ativos

Uma tendência irreversível no mercado é a digitalização, ou tokenização, das moedas fiduciárias, e até mesmo de investimentos como imóveis, ouro, títulos de renda fixa, fundos de investimento, precatórios, entre outros.

Os próprios governos e Bancos Centrais entenderam os benefícios da rastreabilidade, transparência, segurança e agilidade conferida pelo blockchain e demais processos de governança que regem as diferentes criptomoedas.

O lançamento de moedas fiduciárias neste novo formato é questão de tempo, e as stablecoins nos mostram esse potencial. O principal desafio é a necessidade do público passar a conhecer, utilizar e confiar no sistema de endereços, wallets e seeds, as palavras-chave de segurança.

É por este motivo que o Mercado Bitcoin largou na frente e apostou no mercado secundário de ativos alternativos, iniciando pelos tokens de precatório e tokens de consórcio. Nossa entrada no segmento de stablecoins visa dar mais oportunidades de investimento para nossos clientes, trazendo os benefícios do blockchain e criptomoedas para ativos tradicionais, com menor volatilidade.

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