Apoio da Força Nacional é “ínfimo” , diz comandante da PM no DF

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A atuação da Força Nacional de Segurança Pública no Distrito Federal (DF) vai reforçar a segurança mas, na prática, a presença dos agentes não terá um grande impacto na rotina do combate ao crime no Distrito Federal, conforme avaliação do comandante da Polícia Militar, coronel Suamy Santana.

“O efetivo que está sendo ofertado, numa escala de 12 por 48 horas, dá algo como 20 homens atuando por dia. É um apoio importante, mas, efetivamente, é muito ínfimo dentro da realidade da segurança pública”, admitiu o comandante, acrescentando que, dos 133 agentes da Força Nacional que vão atuar na divisa do DF com Goiás, 53 já haviam sido cedidos pelo próprio Distrito Federal ao Ministério da Justiça.

“Raciocinar que isso é um choque na segurança pública é uma distância muito grande. Esta é uma situação pontual”, concluiu Santana, negando que a presença da tropa nacional tenha causado mal-estar entre os policiais militares, mas revelando que o comando da Polícia Militar não foi previamente consultado sobre o acordo de cooperação firmado pelo governo distrital com o Ministério da Justiça.
“Houve sim um mal-estar causado pela má interpretação da decisão de aceitar a cooperação, mas isso porque muitas vezes a informação é truncada, o que cria um mal-estar entre os policiais que estão lá na ponta, fazendo seu serviço de forma benfeita, pois, em um primeiro momento parece uma intervenção e não é nada disso”, disse.

O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, também reconhece que a Força Nacional terá um trabalho  pontual, que não vai acabar com a necessidade de ampliar o número de policiais militares e civis. Embora admita a “carência” de policiais, Avelar negou que o DF não tenha condições de, sozinho, combater os casos de sequestro-relâmpago, tráfico de drogas e roubos de veículos e outras ocorrências.

“Precisamos ampliar os quadros das polícias Militar e Civil de maneira significativa. Independente da ajuda da Força Nacional, que é pontual, o governo do Distrito Federal vai sim ampliar os quadros das corporações”, garantiu o secretário, destacando que os agentes da Força Nacional, disponibilizados pelo Ministério da Justiça, não vão atuar no policiamento ostensivo, mas sim reforçar o policiamento nas vias de saída da capital federal, onde serão montadas barreiras (blitz) para impedir que criminosos deixem o DF com veículos roubados e vítimas de sequestro-relâmpago, além da entrada de drogas na capital federal.
“Não estamos substituindo [os policiais locais pelos agentes da Força Nacional]. A chegada da Força Nacional vem nos fortalecer para que possamos atuar pontualmente nas fronteiras do Distrito Federal e controlar nossas fronteiras [com a chamada região do Entorno, formada por vários municípios goianos que, economicamente, estão sob área de influência do Distrito Federal]”, disse Avelar.
Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, o Distrito Federal conta, hoje, com 15 mil policiais militares e pouco menos de 6 mil civis. De acordo com Avelar, a meta do governo é chegar a 17 mil e 8 mil, respectivamente, até 2014.

Ao todo, foram mapeados 39 pontos onde as barreiras móveis serão instaladas, podendo ser deslocadas de um local a outro conforme o plano de trabalho. A preocupação, segundo o secretário, é resultado de um levantamento que identificou que de cada três veículos roubados no Distrito Federal, um é levado por pessoas “de fora” da capital, “principalmente do Entorno”. “É uma estatística preocupante”, disse.

Segundo o secretário, a presença de agentes da tropa, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e formada por policiais militares e bombeiros cedidos por várias unidades da federação, foi sugerida pela secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, durante uma reunião ocorrida no último dia 2, na Casa Civil da Presidência da República.

“Aceitamos, pois nosso objetivo é reduzir ao máximo a criminalidade e toda a ajuda é bem-vinda”, disse o secretário.

Agencia Brasil

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