Bruno “não mandei matar, mas aceitei”

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 Goleiro Bruno diz que não é o mandante da morte da ex-amante e que contaria “da sua forma, como tudo aconteceu”. É a primeira vez que ele reconhece que sabia do crime

O goleiro Bruno Fernandes negou nesta quarta-feira (06), durante seu interrogatório no Fórum Criminal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que seja o mandante da morte de Eliza Samudio e colocou a culpa sobre o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e sobre o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. “Como mandante, não. Mas de certa forma, me sinto culpado”, disse o goleiro no início do julgamento.

Profissionais envolvidos no processo já esperava que Bruno poderia entregar o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também conhecido como Neném, em troca da redução de pena. No principal momento do julgamento até o momento, Bruno relatou como o primo Jorge Luis Rosa contou como Macarrão e Bola mataram a ex-amante do jogador.

Bruno disse que esteve com Eliza até a noite de sexta-feira, dia 10 de junho, quando entregou R$ 30 mil para ela voltar para São Paulo. Então Macarrão e Jorge ficaram de levá-la para um ponto de táxi. “Mas não foi o que aconteceu”, disse Bruno.

Segundo o jogador, isso aconteceu perto das 18h, mas só por volta das 22h e 23h os dois voltaram, apenas com Bruninho.”Resolvi o problema que tanto te atormentava”, teria dito Macarrão.

Macarrão não queria falar nada e teria entregado Bruninho para Dayanne. O goleiro afirmou que sentiu medo e foi falar com Jorge sobre o que tinha acontecido. “Pergunta para o Macarrão porque foi o Macarrão que ajudou a matar a Eliza”, respondeu o primo.

Bruno se enrola cada vez mais caindo em várias contradições, até agora bruno ainda não falou o que sabe de acordo com o relato dado pelo primo para Bruno, Macarrão, Jorge, Eliza e Bruninho foram até perto do Mineirão, no bairro da Pampulha, quando Macarrão desceu do carro, fez um telefonema e começou a seguir uma moto. O carro seguiu até uma casa em Vespasiano, onde Macarrão entregou Eliza para um homem chamado Neném (o Bola).

Então, segundo relato de Bruno, Neném teria perguntado se ela era usuária de drogas, cheirou as suas mãos, e pediu para o Macarrão amarrar seus braços para frente. Então Neném teria dado uma gravata em Eliza para matá-la. Jorge ainda disse que Macarrão teria chutado as pernas de Eliza. “E disse ainda que tinha esquartejado o corpo dela e jogado para os cachorros comerem”.

Segundo o relato, Neném ainda desceu num porão pegou um saco preto e perguntou se eles queriam ver o resto, algo que ele não fez. Após ser informado, Bruno disse que ficou desesperado e que discutiu com Macarrão, que tinha acabado com a sua vida.

Antes de Bruno começar a falar, o advogado de defesa Lúcio Adolfo comunicou que o goleiro não responderia as perguntas formuladas pela acusação. Ele responderia apenas o que fosse perguntado pelos advogados de defesa, pelos jurados e pela juíza Marixa Rodrigues. “Estou falando isso, excelência, para que ele não precise ficar falando: Não vou responder, não vou responder…”, disse Lúcio.

Dayanne afirma que primo de Bruno que levou Eliza Samudio voltou ‘assustado’

Após a juíza ler a denúncia contra o goleiro, Bruno pediu licença para contar sua versão. Segundo ele, Eliza ficou grávida após uma única relação sexual entre os dois. E com a gravidez os dois começaram a discutir muito até que Bruno parou de falar com ela. As declarações de Eliza ao jornal “Extra” começaram a incomodar “pessoas que dependiam de mim. Família, amigos, empresário”. E citou pela primeira vez Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Perguntado sobre a relação dele com Macarrão, Bruno diz que “eles eram como irmãos”. “Era uma amizade muito forte. Ele fazia tudo para mim e eu só jogava futebol”. De acordo com o goleiro, as conversas com Eliza passaram a ser feitas através do então amigo Macarrão. “Eu não falava mais com ela. Tudo era com o Luiz Henrique”.

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