Cinco policiais foram presos em Ponta Porã MS por vender ‘celas de luxo’ com churrasco, uísque e celular a internos

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Conforme a polícia, os servidores são investigados por 19 crimes. Os policiais teriam ajudado internos em fugas, além de pedir propina para os detentos que queriam a ‘cela especial’.

Cinco policiais penais lotados no Presídio Ricardo Brandão, em Ponta Porã (MS), município que fica na fronteira com o Paraguai, foram presos nesta quinta-feira (06). Os servidores são suspeitos de vender “celas de luxo”, bebidas alcoólicas e regalias aos internos. Além do intermédio às facilitações, os policiais são suspeitos de ao menos 19 crimes relacionados à corrupção e cooperação de fuga.

A Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen) informou que “já havia adotado medidas administrativas cabíveis, com afastamento dos envolvidos do trabalho na unidade penal, desde a identificação das condutas irregulares”.

De acordo com investigação do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), os policiais penais teriam:

  • facilitado a fuga de dois presos, pela porta da frente da unidade, no dia 2 de julho de 2021;
  • vendido bebidas alcoólicas, de uísque à pinga;
  • cobrado para deixar detentos em celas especiais com móveis planejados, forro, banheiro com chuveiro elétrico e piso;
  • permitido a entrada de celulares, com propina de R$ 700 a R$ 1,3 mil, dependendo do modelo e se era ‘completo’: com fone e carregador;
  • cobrado propina para manter preso no trabalho e, quando ele não tinha mais em espécie, tirado a aliança dele de casamento;
  • consertado carros particulares na oficina do presídio;
  • permitido entrada de drogas.
Cela ‘especial’ até com móveis planejados — Foto: Dracco/Polícia Civil

Tinha até cela com chuveiro elétrico e azulejo no banheiro da cela
Os policiais penais passaram a ser investigados após a fuga e também apreensão de bebidas pela própria Agepen, a pedido da Corregedoria do órgão. Com isso, foram verificadas as demais situações.

Os servidores presos exerciam cargos “estrategicamente relevantes” no presídio. O ex-diretor, de acordo com a polícia, é apontado como o chefe. Há ainda o que trabalhava como chefe de disciplina, de segurança e de equipe.

A investigação do Dracoo apurou que nas ‘celas especiais’ que os detentos pagavam para ficar, não eram permitidas revistas.

Todos os presos foram levados para o Centro de Triagem, em Campo Grande. A prisão é temporária e vale por cinco dias.

A operação leva o nome de La Catedral, em alusão ao presídio construído por Pablo Escobar, que tinha luxos e mordomias.

 

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