Confiança nas polícias em Minas Gerais supera

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Apresentação da pesquisa Índice de Qualidade de Vida à Defesa Social

O grau de confiança nas polícias Civil e Militar de Minas Gerais é superior à média da região Sudeste. Segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no final do mês passado, 24% da população confia no trabalho das polícias, nos estados da região Sudeste do país. Em Minas Gerais, a pesquisa denominada Índice de Qualidade de Vida à Defesa Social (IQVDS), realizada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por meio da Diretoria de Avaliação do Sistema de Defesa Social, mostra que o percentual é ainda maior, revelando que 47,3% da população considera que as polícias são confiáveis.

Os números foram apresentados nesta quinta-feira (9), durante Workshop que reuniu na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves representantes da Seds, das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. O Índice de Qualidade de Vida à Defesa Social é uma ferramenta utilizada pela Seds desde 2008, para analisar a qualidade de vida da população mineira e verificar a percepção de segurança no Estado.

Método

A metodologia utilizada na pesquisa de qualidade de vida se assemelha à do Ipea, por medir, entre outros aspectos, a percepção do cidadão em relação ao atendimento prestado pelas polícias. Em 2009, o índice ficou em 0,58% e em 2010, subiu para 0,61%. A pontuação máxima é 1%.

De acordo com a subsecretária de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social, Geórgia Ribeiro Rocha, o diferencial é que esta é a primeira vez que o item confiança institucional é analisado. “Uma pesquisa como esta é fundamental porque complementa a nossa visão de política pública e de que devemos, enquanto Estado, intervir de forma objetiva na criminalidade. E é isso que temos feito ao longo desses oito anos”, disse.

Avaliação

A pesquisa, realizada pela Fundação Guimarães Rosa, com apoio da Fundação João Pinheiro (FJP), mostra que enquanto 47,3% dos entrevistados concordam com a afirmação de que as polícias inspiram confiança, 30% não fizeram avaliações nem positivas e nem negativas, e 22,7% disseram não confiar nas corporações.

Em 2010, a pesquisa foi realizada por meio da aplicação de um questionário junto a 2.808 cidadãos de 96 municípios mineiros, selecionados por sorteio. Os entrevistados avaliaram as polícias, respondendo a questões como segurança em relação a ruas e bairros, atuação das corporações, atendimento prestado pelas corporações, colaboração com a polícia e participação em conselhos de segurança pública.

Percepção

O sociólogo e pesquisador da FJP, Murilo Cássio Xavier Fahel, coordenador da pesquisa, destaca que o estudo abordou a questão do medo e insegurança da população e, por esse motivo, procurou associar os aspectos da percepção popular com as políticas públicas de segurança. Segundo ele, os números são indicativos de avanço da política de defesa social que está sendo desenvolvida em Minas Gerais.

Já o item confiança institucional permitiu verificar o grau de confiança da população mineira nas instituições policiais, a partir de perguntas sobre a capacidade que as polícias Militar e Civil têm ou não de inspirar confiança e tranquilidade às pessoas. “Nós observamos uma redução de mais 50% nos registros de crimes violentos em Minas Gerais. Mas isto não basta. É preciso ter evidências de que a população esta se sentindo mais segura e com mais confiança nas instituições policiais e no próprio Estado”, alega Geórgia Ribeiro.

Denúncias

Os resultados obtidos, segundo a subsecretária, variam entre classe social, gêneros e regiões, mas são fundamentais para permitir o aprimoramento sistemático dos programas e ações na área de segurança. Para Geórgia, o número elevado de chamadas e denúncias recebidas via Disque Denúncia 181 – que atinge a marca de quase um milhão de chamadas por ano -, além de programas exitosos como o projeto Rede de Vizinhos Protegidos da Policia Militar e o Programa Mediar da Polícia Civil, são bons exemplos do aumento da confiança nas corporações.

Além dos indicadores de confiança, a pesquisa avaliou também componentes comportamentais e socioculturais, como relações familiares, o uso de equipamentos de segurança e participação cívica, bem como a qualidade dos trabalhos prestados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Segundo a pesquisa, 84,2% dos entrevistados acham que os bombeiros realizam seu trabalho de forma eficaz, 79,2% acham que eles são profissionais honestos e 85,3% concordam que eles demonstram respeito pelos cidadãos.

 

Agência Minas

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