Com o mês de maio se aproximando, organizações públicas e sociedade civil preparam as ações para a campanha anual que objetiva reduzir o número de vítimas no trânsito, o Movimento Maio Amarelo. Este ano, a abertura da campanha em Minas Gerais foi coordenada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em parceria com o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). O evento foi realizado, esta manhã (29), na sede do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), em Belo Horizonte.
O Movimento chega à 6ª edição trazendo o tema ¿No trânsito, o sentido é a vida¿, proposto pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) . Por intermédio das peças publicitárias protagonizadas por crianças, sob a assinatura ¿#ME OUÇA¿, a campanha busca incentivar os adultos a ouvirem os conselhos dos mais jovens e a refletirem sobre o comportamento nas vias.
Durante o evento foram apresentados dados de acidentes de trânsito registrados pela Secretaria de Segurança Pública (SESP). De acordo com a SESP, em 2018 foram registrados mais de 1,9 mil óbitos em acidentes de trânsito em Minas Gerais. No primeiro trimestre deste ano, foram 445 mortos por acidentes nas vias do Estado. ¿O número de mortos e feridos no trânsito é alarmante. O que nos preocupa e coloca a responsabilidade, como órgão público, de entrar, todos os dias, nessa luta, por cidadãos cada vez mais conscientes no trânsito¿, afirmou o Delegado-Geral Wagner Pinto, Chefe da PCMG.
Para o Diretor do Detran-MG, Delegado Kleyverson Rezende, apesar de haver uma redução de acidentes de trânsito com vítimas registrados em Minas Gerais, o trabalho de conscientização deve continuar. ¿Observamos uma redução no número de acidentes nos três primeiros meses deste ano. Foram registrados 17.528 acidentes nas vias mineiras, 204 a menos que no mesmo período do ano passado. Mas os estudos mostram que 41% destes acidentes no estado têm como causa presumida a falta de atenção. Por isso é muito importante as ações educativas como as realizadas durante o Maio Amarelo¿, destacou o Diretor do Detran-MG.
Com o objetivo de alertar condutores, ciclistas e pedestres sobre atitudes seguras no trânsito, a PCMG promoveu, durante o evento, uma blitz educativa em frente à sede do Detran-MG e a Gerência de Educação para Mobilidade da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) apresentou uma peça de teatro. A cerimônia também contou palestras do Juiz de Direito, Roberto Oliveira Araújo Silva, do médico Marcelo Lopes Ribeiro, e do representante do ONSV em Minas Gerais, Maurício Pontello.
Segundo Roberto Oliveira, a maioria dos casos de acidentes de trânsito que chegam ao Juizado Especial Criminal envolvem condutores não habilitados. Por isso, o Juizado tem buscado trabalhar em conjunto com outros órgãos como forma de prevenir acidentes de trânsito e assim reduzir o número de processos judiciais envolvendo motoristas inabilitados.
Para o médico Marcelo Lopes Ribeiro, Diretor Técnico e Assistencial da rede FHEMIG, Campanhas como o Maio Amarelo são de importância insuperável. ¿A gente sabe que campanhas assim reduzem o atendimento lá na ponta. Quando reduzimos o número de atendimentos por acidentes de trânsito, consequentemente conseguimos dar maior atenção a outros tipos de patologias que infelizmente também acontecem¿, frisou.
¿Por ser um Estado com 853 municípios nosso desafio é muito grande. Temos muitas ações planejadas, não só na capital, mas também no interior. Queremos atingir o maior número de pessoas, precisamos levar essa campanha para todo estado de Minas Gerais”, observou Maurício Pontello.
Por que maio? Por que amarelo?
Em maio de 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito, com base em um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente em 178 países. Por isso, o mês de maio se tornou referência mundial para as ações que visam reduzir o número de vítimas no trânsito.
O amarelo simboliza atenção e também a sinalização de advertência no trânsito. Desta forma, o Maio Amarelo tem como objetivo chamar a atenção de motoristas, passageiros, pedestres e ciclistas sobre os impactos sociais, emocionais e econômicos, resultados dos acidentes de trânsito, para assim mudar atitudes.
No Brasil, o Movimento ganhou forma a partir de 2014 e conta com a participação de órgãos públicos, empresas privadas e membros da sociedade civil pela redução de acidentes nas vias do país que, segundo a OMS, é o quarto em número de mortes por acidente de trânsito no mundo.
ASCOM-PCMG