PCMG prende mais dez pessoas por estelionato em Brumadinho

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga 39 suspeitos de estelionato em Brumadinho desde o rompimento da barragem Córrego do Feijão, em janeiro deste ano. Desde a última semana, dez pessoas foram presas por tentarem falsificar um atestado dos Postos de Saúde da Família (PSF) de Brumadinho para tentar se passar por morador da cidade e receber a indenização de urgência paga pela Vale para os habitantes do município.

Documentos apresentados pela empresa a Polícia Civil confirmam o ganho imediato dos fraudadores, lembrando que tal indenização é devida desde janeiro de 2019, sendo os retroativos depositados aos beneficiados em uma só vez, e será concedida até o mês de dezembro de 2019.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, seis pessoas de uma mesma família, receberam entre R$5 mil e R$12 mil cada depois de solicitarem o auxílio emergencial com a declaração falsa, como explicou a Delegada Ana Paula Gontijo. “Uma das investigadas, Ana Claúdia, é moradora de Brumadinho e realmente tem direito à indenização de urgência, contudo ela forneceu o endereço onde mora para o namorado e outros parentes que residem em Sarzedo, como apuramos”. A moradora, que pode responder por estelionato, organização criminosa e falsidade ideológica, por ter registrado de próprio punho uma declaração de que o namorado morava com ela, é Ana Cláudia Augusta Gonçalves Batista, 31 anos. O namorado dela, Agnaldo Teixeira dos Santos, 44 anos, é irmão dos outros falsos moradores: Nerça Teixeira dos Santos, 37 anos; Romero Teixeira dos Santos, 42, e Vânia Aparecida Teixeira dos Santos, 40.

Com eles, também foram presos, em 4 de julho, Wilson Basílio Nicácio, 31, marido de Nerça, e Ermelino Franklin dos Santos, 48, esposo de Vânia. Pelos levantamentos eles moram na cidade de Sarzedo, assim como os demais membros da família.

Os levantamentos demonstram que Vânia chegou a receber R$8 mil de forma indevida porque, além de solicitar a indenização para si própria, ela também solicitou para os filhos. Já Nerça chegou a receber R$12 mil. Os demais receberam em torno de R$5 mil relativo aos valores retroativos do salário mensal pago às vítimas, residentes em Brumadinho, pelo rompimento da barragem.

A Polícia Civil ainda desvendou que as declarações falsificadas eram compradas pela família de um falsário e os suspeitos pagavam entre R$500 e R$700 pelas declarações. “O suspeito de fraudar e requerer para ele mesmo utilizando-se das falsas declarações viu na fragilidade dos documentos do PSF a oportunidade de forjar os comprovantes de moradia. Ele forjava o papel timbrado, o carimbo do posto de saúde e chegou até mesmo a falsificar a assinatura de uma enfermeira”, declarou a Delegada.

O suspeito Carlos Luiz Geraldo foi preso em flagrante por estelionato, na tarde de segunda-feira (8), pela PCMG. Paulo César Ribeiro e Helenice Rosa Leal Ribeiro, investigados por utilizar as declarações do PSF para comprovar a falsa moradia em Brumadinho, também foram presos em flagrante por estelionato nesta data (8). De acordo com o levantamento da Polícia Civil eles teriam pago a Carlos R$4 mil pelas declarações e parte dessa quantia, cerca de R$2 mil, teria sido repassado a Ana Cláudia pelo uso do endereço em Brumadinho.

A Delegada Ana Paula ainda faz um alerta “o crime de estelionato demora 12 anos para prescrever e todas as pessoas que requereram a indenização de forma fraudulenta e continuam recebendo o auxílio podem ser presas em flagrante a qualquer momento. Os trabalhos estão em andamento e não será necessário todo esse tempo (12 anos) para chegar até os estelionatários. A Polícia Civil segue presente”, ressalta.

Ao todo, a PCMG já realizou a prisão de 21 pessoas em Brumadinho por estelionato e 19 inquéritos foram instaurados para apurar as fraudes.

ASCOM-PCMG

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