Repórter da TV Globo transmite primeiras imagens do alto do morro do Alemão
O momento mais marcante da ocupação era também o sinal de que tudo tinha dado certo: o hasteio da bandeira do Brasil e do estado do Rio.
Na entrada da favela da Grota, no Complexo do Alemão, o policiamento continua muito forte, mas a stuação é mais tranquila na noite deste domingo (28). Durante todo o dia, muitas armas e até um caminhão com seis toneladas de drogas foram apreendidos.
A estimativa dos policiais é que haja de 15 a 20 toneladas de drogas no local. E, apesar de ser uma situação de policiamento reforçado, a tranquilidade é muito maior do que nos dias anteriores, já que a esperança pela pacificação é clara.
Às 8h se inicia a ocupação do conjunto do Alemão. Quando Policiais Civis, Militares e Federais começaram a entrar na comunidade, os tiros foram ouvidos. Policiais ocupam pontos estratégicos para dar cobertura aos homens que sobem o morro.
Em outro ponto do morro observa-se que os traficantes jogaram óleo no asfalto para tentar dificultar a entrada dos carros da polícia. Em volta do lugar, um muro de concreto onde, provavelmente os bandidos se escondiam para poder fazer os disparos. Encontraram, também e um coquetel Molotov, uma bomba de fabricação artesanal, com gasolina dentro, pronta para ser jogada nas tropas que estavam entrando na favela.
Um carro blindado da Marinha estava tentando retirar uma barreira que impedia a circulação dos carros na Grota. O blindado pode ser visto no vídeo subindo sobre a barreira, uma imagem impressionante. O barulho chamava a atenção. Das janelas a curiosidade e a apreensão dos moradores.
No meio do caminho, várias casas abandonadas, uma delas provavelmente usada como refúgio dos criminosos. Duas horas depois do início da ocupação a reportagem conseguiu transmitir ao vivo as primeiras imagens do alto do morro.
Bette Luchese: “Estamos em uma área com muita segurança, onde os policiais já tomaram conta. Um marco de toda a ocupação policial. Uma região conhecida como Coqueiral.”
A reportagem percorria as vielas com cuidado, sem saber o que vinha pela frente. Quando saiu do beco, encontrou com um grupo de moradores.
Bette Luchese: “Está tudo tranquilo para vocês?”
Morador: “Está bom. O que a gente quer é melhora.”
“Como vocês ficaram dentro de casa?”
Morador: “Ficamos aqui, fechamos tudo, isolamos. Agora não, estou vendo que já está mais tranqüilo. Vim na porta dar uma olhada para ver se vou comprar alguma coisa, não tem nada para comer, mas fazer o que? Não posso sair.”
“A senhora acredita em dias melhores?”
Moradora: “Acredito. Acredito que Deus é maior do que tudo.”
Foi um momento histórico transmitido para o mundo, em várias línguas, por várias equipes de reportagens do mundo.
A Polícia diz que em um beco encontrou cerca de duas toneladas de maconha. Em uma casa bastante estreita, a reportagem desce a escadaria, e encontra o andar de baixo da casa de três andares, onde a droga estava. Os policiais levaram para a parte de cima os tabletes com grande quantidade de maconha. A droga estava escondida em um quarto e ficava em um ambiente refrigerado. Uma grande quantidade de droga foi encontrada dentro da geladeira.
Ao chegar à estação do teleférico a imagem é impressionante, o helicóptero da Polícia carrega a bandeira do estado do Rio de Janeiro.
No alto da ultima estação do teleférico do Alemão, que ainda esta sendo construída, a Baía de Guanabara pode ser vista na parte de trás. Na parte da frente, o momento mais marcante da ocupação. Era o sinal de que tudo tinha dado certo: o hasteio da bandeira.