Descoberta de gás natural na bacia de São Francisco

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“Só o primeiro campo que está sendo explorado corresponde a 20% do volume que é importado da Bolívia pelo gasoduto Brasil-Bolívia. Minas Gerais terá gás suficiente para si e para exportar para outros estados. É uma notícia revolucionária para a nossa economia.”

Antonio Anastasia

Governador, qual a importância da descoberta de gás natural em Morada Nova de Minas para a economia mineira?

Antonio Anastasia – É uma notícia maravilhosa. Nós podemos dizer que Minas Gerais terá, a partir da exploração deste gás em cerca de dois anos, uma nova realidade econômica. Veja que o Rio de Janeiro teve um grande desenvolvimento com a descoberta do petróleo na sua plataforma continental. E agora Minas Gerais, que não tem petróleo, mas felizmente encontramos gás. Na realidade, este gás já era imaginado há muitos anos, até porque se aflorava este gás quase que de maneira original. E as pesquisas realizadas e os poços perfurados conseguiram demonstrar isso. E felizmente o primeiro poço, o poço pioneiro em Morada Nova de Minas, que eu inclusive visitei no ano passado, deixou claro a possibilidade da exploração econômica. É viável e há muito gás. Imagine que só este primeiro campo que está sendo explorado corresponde a 20% do volume que é importado da Bolívia pelo gasoduto Brasil-Bolívia. Ou seja, Minas Gerais terá gás suficiente para si e para exportar para outros estados. O gás, que é um combustível limpo, mais barato, ecologicamente correto e hoje muito disputado. Portanto, é uma notícia revolucionária para a economia de Minas Gerais.

Ou seja: é uma energia limpa, que pode ser explorada a qualquer momento, está pronta para ser usada e no coração do território brasileiro…

Antonio Anastasia – É verdade, nós não vamos mais depender da importação de gás de outros países. Então vamos ter um gás verdadeiramente brasileiro, um gás mineiro da bacia do rio São Francisco, rio da integração nacional. E isso certamente vai nos dar, sob o ponto de vista estratégico, uma grande autonomia e, ao mesmo tempo, para Minas Gerais, uma grande riqueza decorrente imediatamente da exploração deste gás, também dos royalties que ele vai beneficiar os municípios, aonde ele for encontrado e também para o Estado. E, ao mesmo tempo, com novas alternativas econômicas, porque sabemos que ao lado da exploração de gás, nós podemos trazer uma termoelétrica, colocar um parque industrial, distribuir este gás. São, enfim, muitas as alternativas, sem falar que se trata de um combustível limpo, moderno e procurado hoje pelo mundo afora.

Podemos dizer que há benefícios para Minas Gerais, considerando-se o Estado inteiro do ponto de vista do desenvolvimento econômico, e também para aquelas comunidades de onde se vai extrair o gás?

Antonio Anastasia – É isso mesmo. Porque nós temos os royalties. O royalty é o pagamento que o explorador faz. Que aquela empresa que vai explorar o gás faz a favor da União, do estado e do município onde se localiza aquela jazida. Então, nós vamos ter, no específico, os municípios onde está este campo de gás, na região do Alto São Francisco, vão receber este investimento e também o Estado como um todo. E uma notícia ainda melhor: o que nós temos é que este primeiro poço é resultado de uma empresa na qual o Estado é sócio, através da sua companhia de desenvolvimento, a Codemig. Ou seja: o Estado, além de receber os royalties normais da exploração, vai receber também parte da exploração econômica. Então isso é muito positivo, pois vai significar, de fato, como se tivéssemos tirado um bilhete premiado. Nós conseguimos que o Estado receba duas vezes, já que vai receber também pela exploração comercial como sócio do empreendimento de gás. E o mais importante de tudo: nós vamos gerar novos empregos para os mineiros, atrair novas empresas e novas indústrias, porque o gás é um combustível limpo e barato quando fornecido perto da sua exploração.

Pode haver outras jazidas de gás na região? Há pesquisas em andamento…

Antonio Anastasia – É verdade, nós estamos muito animados e otimistas. Como lhe falei, este primeiro posto exploratório é um uma junção de empresas privadas com a participação expressiva da nossa companhia estadual, a Codemig. Mas temos outras jazidas, algumas da Petrobras, outras de empresas privadas diversas, que colocam de fato Minas Gerais como uma grande potência do gás, se tudo correr como desejamos. Então, nós estamos muito esperançosos de que a jazida se confirme também nas outras regiões e toda a bacia do São Francisco se comprove como uma grande jazida de gás natural a favor do Brasil.

 

Agência Minas

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