Lição da Eleição do Covidão

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Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão  [email protected]

A centro-direita foi a inegável vencedora da eleição municipal. Só que nada garante que isso vai ter peso em 2022. Tudo vai depender do desempenho da economia e do cumprimento da agenda de reformas. Até agora, não está claro quem terá hegemonia para tirar maior proveito deste complicado processo político até a próxima eleição presidencial, daqui a dois anos.

Não se pode afirmar que o Bolsonaro foi derrotado na eleição municipal. Na realidade, o tal bolsonarismo nem se organizou, efetivamente, para disputar a eleição. O que ficou evidente foi a fragmentação política. Houve menos influência da posição ideológica e da bronca que a população tem da classe política. As forças políticas locais mais convincentes ganharam a eleição do Covidão. Abstenção recorde, entre 30 e 35%. Muitos não quiseram votar. Sem contar voto nulo e branco…

2021 vai ser osso duro de roer. O pandemônio prossegue, com doença, medo, desemprego e incertezas, principalmente na economia. Prefeituras quebradas, com certeza, aumentarão impostos, mesmo que eles já estejam altíssimos. O Brasil precisaria de uma reforma política que a classe política não tem a menor vontade de promover. A natureza da crise demanda uma reforma tributária – que dificilmente acontecerá por falta de vontade política. Reforma administrativa, idem.

O dilema é: o governo federal não se sustenta se as reformas não acontecerem. Os partidos aliados do Presidente Bolsonaro sabem disso. Por isso, a tendência é deixarem tudo como está, alterando o mínimo possível. É mais fácil deixar o “rei” do Palácio do Planalto como refém. Este talvez seja o maior desespero do ministro Paulo Guedes e do próprio Bolsonaro. Se a economia não deslanchar, esquece reeleição.

Bolsoanaro precisará de uma articulação política de muita qualidade para fazer a base aliada trabalhar a favor das reformas imprescindíveis. Tal processo é angustiante para o governante que continuará enfrentando a oposição ferrenha da mídia (esquerdista) que perdeu e segue carente do combustível da verba oficial de publicidade e propaganda. Se o Covidão continuar com plena força e vigor, apavorando, matando e paralisando a economia, a situação fica péssima para Bolsonaro, apesar da estável popularidade que mantém.

O Covidão é um Comunista Democrático. Faz estragos enormes. Não poupa ninguém. Nesta eleição, elegeu Maguito Vilela, mesmo entubado no hospital. Só que o vírus que veio da China impediu Guilherme Boulos, infectado, de votar nele mesmo. Aliás, Boulos não pegou Covid. O vírus é que realizou a ocupação de uma área improdutiva. Oxalá o cabra melhore, para perder a próxima eleição.

Resumo básico: ACM Neto e Rodrigo Maia, do DEM, saíram poderosos. Gilberto Kassab, do PSD, também fez mais de 600 prefeituras. Bruno Covas ganha protagonismo com a vitória em São Paulo. Covas estabilizou o desgaste de João Dória, seu aliado-falseane. Eduardo Paes, com vitória acachapante no Rio de Janeiro, já sai favorito ao Governo do Estado em 2022.

Além de arrumar uma vaguinha para o derrotado Marcelo Crivella em seu governo, Jair Bolsonaro terá de se filiar a um dos partidos da base aliada. Ou seus aliados terão de conseguir o milagre de viabilizar o Aliança pelo Brasil. O Bolsonarismo, repito e insisto, falhou em não ter uma estratégia consistente para essa eleição municipal. Agora, não tem margem para errar na articulação pelas reformas, ou vai perder musculatura, como todo ex-atleta.

A esquerda perdeu. Principalmente o moribundo PT. Pela primeira vez na história, o Partido dos Trabalhadores saiu derrotado em todas as capitais. Recebeu seu atestado de óbito nas urnas eletrônicas. Quem deixou de ser um grande influenciador nacional foi Luiz Inácio Lula da Silva. Companheiro $talinácio foi o maior derrotado na eleição do Covidão. Ele merece… Chora, canhota sinistra!

Lição aprendida da eleição do covidão? Muito pouca ou quase nada! Exceto que alguns políticos conseguem ser piores e mais letais que o vírus que veio da China.

Releia o artigo de Domingo: Obrigados a crer no dogma do voto eletrônico

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