O vazamento do Listão do Petrolão, ontem, foi “seletivo”, segundo definiu um destacado integrante do Ministério Público Federal. Ele garantiu que há pelo menos outros dez nomes a serem acrescentados aos 28 políticos destinatários de parte do dinheiro roubado da Petrobras. Entre os que não aparecem na lista, diz esse procurador, que não cita nomes, há um governador a ser reempossado no dia 1º.
- ONZE SENADORES
Desde os primeiros vazamentos, dava-se como certa uma lista composta de 38 políticos, dos quais onze seriam senadores.
- CASO PENSADO
O vazamento parcial evitará qualquer ação de nulidade, na medida em que o Listão do Petrolão jamais será confirmado oficialmente.
- GENTILEZA
O vazamento foi recebido como “gentileza” do MPF a Dilma, que já não corre o risco de “desconvidar” ministros incriminados na Lava Jato.
- LINHA DE TIRO
O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) nega conexão ao Petrolão. Fez chegar isso a Dilma, ontem, de novo. Mas não escapará da degola.
- LISTA DO PETROLÃO DERRUBA PADRINHOS E ‘MINISTROS’
O listão do Petrolão, com os 28 políticos suspeitos de envolvimento no Petrolão, deu o pretexto que Dilma sonhava para se livrar da pressão de partidos aliados pela nomeação de ministros. O PMDB foi o mais prejudicado com o vazamento: Henrique Alves (RN) já foi descartado, assim como Sérgio Cabral (RJ). E o presidente do Senado, Renan Calheiros, perdeu força como o mais influente dos padrinhos políticos.
- COMPLICOU
Agora que Renan Calheiros enfrenta turbulências, apadrinhados como o ministro Vinícius Lages (Turismo) podem não continuar no governo.
- DANÇOU
Outro que perde força para indicar ministro ou ser ele próprio nomeado é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), citado na Lista do Petrolão.
- BRIGA POR CARGOS
O PMDB briga para trocar o “abacaxi” do Ministério da Previdência pelo de Ciência e Tecnologia ou de Cultura. Difícil é o PT deixar.
- NADA A VER
A MP 656, aprovada na calada da madrugada de quarta na Câmara, atende interesses empresariais, regulatórios, financeiros etc, sem relação com o tema original: PIS/Pasep. E prevê isenção de impostos para as montadoras de carros Caoa Hyundai e Mitsubishi até 2019.
A ex-gerente Venina Velosa, que cansou de advertir a direção da Petrobras sobre a bandalheira instalada na empresa, ouviu ao telefone ameaças do tipo “Você está mexendo com gente grande…”.
- GANGUE AUDACIOSA
Além de ameaças a ela e à filha, Venina Velosa contou que se viu com uma arma apontada para sua cabeça. Que tipo de gente faz isso? O que matou o ex-prefeito Celso Daniel como queima de arquivo.
- SUBMERSO
Citado no Listão do Petrolão, o ex-governador Sérgio Cabral não deu as caras ontem em almoço da bancada do PMDB, no Rio, com o líder Eduardo Cunha, que faz campanha pelo comando da Câmara.
- A SEGUNDA LISTA
Parlamentares aliados do governo temem que Dilma decida esperar agora por outra lista, até mais substancial, dos delatados pelo megadoleiro Alberto Youssef, para só então anunciar novos ministros.
- FÁBRICA DE DESCULPAS
Além da boquinha no conselho do Sesi, o ainda ministro Gilberto Carvalho desfruta também de cargo no conselho do Sesc nacional. E ainda vai compor o grupo de “gerenciamento de crises” no PT.
- SEM CONDIÇÕES
Para o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), não há o menor clima para se tentar ressuscitar a antiga CPMF por causa do desgaste do governo no caso do Petrolão. Sem contar o desgaste dele próprio, faltou dizer.
- EFEITO COLATERAL
Empresários do Amazonas acham que a retomada das relações entre americanos e cubanos poderá servir, mais adiante, como rota do escoamento da produção do polo de Manaus para os Estados Unidos.
- PERGUNTA NO CONGRESSO
Com o número espantoso de políticos enrolados no Petrolão, que pode chegar a 70, se gritar “pega!” vai sobrar um?