Lula ganha de Sarkozy 250 celulares com sistema criptografado, iguais aos de Obama, para impedir grampos

268

Por Jorge Serrão

Exclusivo – $talinácio e sua turma já podem falar ao telefone celular sem o risco de serem escutados, clandestinamente, pelos adversários mais bisbilhoteiros. Depois que tanta conversa vazou sobre a compra dos caças Rafale para a FAB, Lula ganhou de presente do presidente francês, Nicolas Sarkozy, um lote de 250 aparelhos celulares com sinais criptografados. O sistema impede grampos em conversas diretas entre os telefones especiais.

Fabricados pela canadense RIM – famosa pelo BlackBerry – Lula e seus companheiros já falam com os mesmos telefones usados pela equipe de Barack Obama. Considerado top em segurança pela Casa Branca, os celulares dados por Sarkozy a Lula custam, em média, R$ 5 mil reais por unidade. Ontem, quem foi flagrado estreando o aparelinho anti-grampo foi o ministro da Defesa. Apenas por coincidência, Nelson Jobim também participa da definição do estratégico negócio de comprar caça dos franceses.

No mundo da contra-arapongagem circulava ontem o informe de que o serviço de telefonia para os novos aparelhinhos de Lula e seus companheiros de política ou negócios é fornecido com tecnologia da espanhola Telefônica. A Vivo forneceria uma rede própria para o esquema de comunicação de Lula, coordenado pela Secretaria de Segurança Institucional da Presidência. Especialistas em telecomunicações avaliam que o telefone praticamente impossibilita escutas ilegais – tão comuns nos ares do Detrito Federal.

Protegendo o peito

Aparentemente blindado contra escutas telefônicas, o chefão $talinácio avisou ontem, com muita ironia, que está preparado e protegido para a guerra eleitoral de 2010:

“Eu estou imaginando que, como meus adversários são todos muito letrados, eles vão querer fazer um debate de alto nível, programático, espero que seja isso. Pelos sinais que eu vi, parece que na ausência de discurso programático vale chutar do peito para cima. O que eles não sabem é que eu sou capoeirista. Estou muito preparado para não deixar a coisa chegar no meu peito”.

Lula mandou outro recado à sua inconsistente oposição:

“Não vou pedir para me chamar de ‘Lulinha paz e amor’ em 2010 porque eu não sou candidato, mas estejam certos de uma coisa, nada, absolutamente nada, vai fazer com que eu perca um milímetro do meu bom senso”.

Em campanha permanente

Lula usou a primeira solenidade de 2010 como palanque para a campanha da ministra Dilma Rousseff.

O discurso cheio de ironias aconteceu ontem no lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida para municípios com até 50 mil habitantes.

No evento eleitoreiro, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), protagonizou a defesa mais explícita do nome de Dilma para suceder Lula.

Cabo eleitoral

Sarney propagandeou que a ministra é uma mulher de coragem, decisões e exemplos.

“Isso mostra a ascensão das mulheres nesses anos todos, o exemplo extraordinário que ela dá, naturalmente a contribuição que ela tem dado e vai continuar dando ao nosso País”.

O companheiro Sarney fez questão de ressaltar o governo “extraordinário” que Lula vem fazendo.

Tragédia providencial

O terrível terremoto que devastou o Haiti – onde o Brasil lidera a força de paz da ONU – ajudará a tirar do foco da mídia amestrada o desastrado golpe institucional contido no 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.

O Ministério da Defesa, que ontem cuidava de fugir da polêmica militar com a Secretaria de Direitos Humanos, vai hoje se concentrar na ação emergencial de apoio dos militares do Exército e da Marinha que atuam no destruído Haiti.

Corre o risco até de ser adiada – como ocorreu ontem – a reunião de pacificação forçada entre Lula, Nelson Jobim e Paulo Vannuchi sobre o PNDH3.

Sabia ou não sabia?

Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, se reuniram ontem à noite no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do governo.

Os dois serão convocados ao Congresso, após o recesso, para explicar as polêmicas sobre o plano e esclarecer se Lula conhecia ou não o texto final do projeto que assinou, como decreto, no final do ano.

Jobim e Vannuchi são os pivôs da crise gerada pela proposta de criação de uma Comissão da Verdade, inclusa no texto final do PNDH-3.

Bolsa ditadura

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julga hoje mais 16 processos apresentados por pessoas que afirmam terem sido perseguidas ou sofrido maus-tratos durante o regime militar (1964/1985).

O grupo reúne casos de filhos e netos de destacados oposicionistas ao regime militar que acabaram entrando para a clandestinidade ou foram fichados, presos, torturados, banidos ou exilados do país junto com seus pais e avós.

Entre os requerentes do bolsa ditadura estão os filhos do ex-presidente João Goulart (João Vicente Fontella Goulart e Denise Fernandes Goulart) e do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola (José Vicente Goulart Brizola, Neusa Maria Goulart Brizola e João Octavio Goulart Brizola).

Filho do Prestes

Também será julgado o processo de Luiz Carlos Ribeiro Prestes, filho do ex-secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, Luiz Carlos Prestes.

Luiz Carlos nasceu em 1959 no Rio de Janeiro, quando seus pais já estavam na clandestinidade.

Mas com o movimento militar de 64, a família teve de buscar refúgio fora do Brasil, indo para a amada União Soviética.

De acordo com a comissão de anistia, Luiz Carlos participará do julgamento desta quarta-feira acompanhado por sua mãe, Maria do Carmo Ribeiro.

Camargo Corrêa aliviada

O juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, livrou ontem três executivos da construtora Camargo Correa da acusação de lavagem de dinheiro proveniente da administração pública.

De Sanctis apenas abriu processo contra Pietro Francesco Bianchi, Dárcio Brunato e Fernando Dias Gomes por suposta lavagem de dinheiro em crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

Todos são acusados de movimentar cerca de US$ 30 milhões de forma ilegal nos últimos anos.

Sem prova, ainda

Os dirigentes da empreiteira respiram aliviados.

O juiz ponderou que ainda não há como comprovar que o dinheiro tenha relação com o pagamento de propinas em obras públicas.

As propinas são o foco da Operação Castelo de Areia, deflagrada no final de 2008 pela Polícia Federal, pela Receita e pelo Ministério Público Federal (MPF).

FAÇA UM COMENTÁRIO

Por favor digite um comentário
Por favor digite seu nome aqui