Construtoras de todo o País encontraram nos pequenos municípios um novo filão para investimento, motivadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. È o que afirmou o ministro das Cidades, Márcio Fortes, que esteve ontem na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara para esclarecer questões sobre o programa habitacional. O fato, disse, está inibindo a migração.
“As construtoras estão acostumadas a investir em grandes cidades. Isso está mudando. Claro que elas ainda enxergam riscos, mas com uma escala precisa de custo, tempo e demanda os números de investimento têm aumentado e inibido a migração para outras cidades”, disse o ministro.
O objetivo principal das construtoras e do governo em investir nos pequenos municípios “é construir cidades, e não condomínios habitacionais”, disse. A prioridade é ampliar o cadastro de novas empresas, cuidando dos riscos operacionais e financeiros na parceria. De acordo com Márcio Fortes, as empresas têm se empenhado em desenvolver projetos precisos para investimento em municípios com até 50 mil habitantes. Entre eles, a aceleração de trâmites burocráticos, um dos maiores empecilhos para o fechamento de contratos.
Os últimos dados do programa Minha Casa, Minha Vida registram 567 mil propostas feitas à Caixa Econômica Federal. Deste total, 57% foram feitas por famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos, 24% de 3 a 6 e 19% de 6 a 10 salários. Até então foram fechados 185 mil contratos.
A Bahia tem registrado a maior procura, responsável por 98 mil propostas, atrás apenas de São Paulo, com 103 mil. Para o ministro, a posição é significativa, já que todo o Nordeste conta com 215 mil ofertas.
Para o deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), o número pode crescer, mas é preciso ampliar a estrutura da Caixa Econômica que não possui agências suficientes em muitos estados. “Há agências com distância de até 2 mil km de pequenos municípios. Muitas vezes, não há como o cidadão se deslocar para ir até uma agência da Caixa Econômica se informar sobre as condições ou os projetos existentes para seu município”, disse.