Na África, Dilma diz que governo é regido pela “presunção da inocência”

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Brasília – Pouco depois de chegar à capital administrativa da África do Sul, Pretória, a presidenta Dilma Rousseff conversou com jornalistas sobre as recentes suspeitas de corrupção envolvendo o ministro dos Esportes, Orlando Silva. Dilma disse que o governo dela é regido sempre pela “presunção da inocência” e que está “acompanhando atentamente denúncias, esclarecimentos e investigações”. O áudio da entrevista foi divulgado pelo Planalto.

“O ministro, não só nós presumimos a inocência dele, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações”, disse a presidenta. “Nós, ao contrário de muita gente por ai, temos o princípio democrático e civilizatório, nós presumimos inocência”.

Orlando Silva é acusado de participar de esquema de desvio de recursos do Programa Segundo Tempo, que destina dinheiro público para organizações não governamentais (ONGs) com o objetivo de incentivar jovens a praticar esportes. De acordo com reportagem publicada na edição desta semana pela revista Veja, o ministro é acusado por um policial de receber, na garagem do ministério, dinheiro desviado do programa. Orlando Silva nega todas as acusações e pediu à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que investiguem as acusações.

Na entrevista, a presidenta ressaltou a disposição do ministro em dar explicações. “O ministro se dispôs a ir ao Congresso Nacional amanhã (18) para fazer todos os esclarecimentos que os senhores deputados e senadores quiserem ter”, disse Dilma.

Dilma também disse que o governo tem tomado mais cuidado com repasse de dinheiro para ONGs. “O que nós detectamos é que, em geral, elas [as ONGs] são menos formais do que as prefeituras e do que os estados. Porque as prefeituras e os Estados são órgãos públicos e, portanto, têm toda uma regulamentação. São acompanhados pelos tribunais, você tem que prestar contas, você tem toda uma dinâmica”, disse ela.

“A mesma coisa [a mesma fiscalização] você teria de ter com as ONGs. Agora, eu sempre digo: não é possível fazer tábula rasa. Você tem ONGs e ONGs. Não estou culpando as ONGs, estou dizendo que nós tomamos essa medida no que se refere a conveniar com as ONGs porque tem uma fragilidade nos convênios”.

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